IGREJA BATISTA DA ILHA - IBI (SÃO FRANCISCO DO SUL)
sexta-feira, 6 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O ELEVADO PADRÃO MUSICAL DO MUNDO BÍBLICO
O nível
moral mais elevado dos israelitas e sua literatura superior, conforme
exemplificados pela poesia e pela prosa das Escrituras Hebraicas, sugerem que a
música do antigo Israel provavelmente transcendia à dos seus contemporâneos.
Por certo, a inspiração para a música de Israel era bem mais sublime do que a
das nações vizinhas. De interesse é um baixo-relevo assírio, em que o Rei
Senaqueribe é representado exigindo que o Rei Ezequias lhe pagasse como tributo
músicos de ambos os sexos. — Ancient Near Eastern Texts
(Textos Antigos do Oriente Próximo), editado por J. Pritchard, 1974, p. 288.
Alguns sustentam já por muito tempo que a música
hebraica era toda melodia, sem harmonia. No entanto, o mero destaque da harpa e
de outros instrumentos de cordas em Israel já pesa fortemente contra tal suposição.
É quase inconcebível que um músico tocasse um instrumento de muitas cordas e
deixasse de notar que uma combinação de certos tons era bem agradável, ou que
uma série específica de notas, como num arpejo, produz um som agradável. Certa
fonte abalizada em história da música, Curt Sachs, declara: “O arraigado
preconceito de que a harmonia e a polifonia [duas ou mais partes musicais ou
vozes combinadas] têm sido uma prerrogativa do Ocidente medieval e moderno não
tem fundamento.” Ele prossegue dizendo que, mesmo entre culturas primitivas, há
muitos exemplos de música em quintas, quartas, terceiras, bem como em oitavas,
e que, entre esses povos, incluindo certas tribos de pigmeus, desenvolveu-se a
antifonia justaposta (canto alternativo de dois grupos de vocalistas) em
regular canto canônico.
Baseado numa pesquisa mundial, Sachs
apresenta a conclusão de que “os coros e as orquestras relacionados com o
Templo em Jerusalém sugerem um elevado padrão de educação, de perícia e de
conhecimento musicais”. Ele continua: “É importante compreender que o antigo
Oriente ocidental possuía uma música bem diferente da que os historiadores do século
dezenove lhe atribuem. . . . Embora não saibamos como soava essa música
antiga, dispomos de suficiente evidência de sua força, de sua dignidade e de
sua maestria.” — The Rise of Music in the
Ancient World: East and West (A Ascensão da
Música no Mundo Antigo: Oriente e Ocidente), 1943, pp. 48, 101, 102.
As Escrituras dão a entender uma conclusão
similar. Por exemplo, nos cabeçalhos dos Salmos aparece mais de 30 vezes a
expressão “Ao regente” (NM; AT). (Sal 11; e outros) Outras traduções
rezam “regente do coro” (BV), “Músico Principal” (AS; KJ; Le;
Ro), e “mestre do canto” (ALA; BJ; CBC; PIB).
O termo hebraico parece referir-se a alguém que de certo modo orientava a execução
do canto, seu arranjo, seu ensaio e o treinamento dos cantores levíticos, ou na
sua execução oficial. Talvez isso fosse dirigido ao principal músico de cada
uma das 24 turmas de músicos do santuário, ou pode ter sido outro dos exímios músicos,
visto que o registro diz que eles deviam “agir como regentes”. (1Cr 15:21;
25:1, 7-31) Em mais uns 20 Salmos, os cabeçalhos são ainda mais específicos
na sua referência a “regentes”: “Ao regente, em instrumentos de cordas”, “Ao
regente, na oitava inferior”, e assim por diante. (Sal 4, 12, e outros) Além
disso, há referências bíblicas aos “cabeças dos cantores”, aos “peritos” e aos ‘aprendizes’.
Tudo isso atesta um elevado padrão de música. — Ne 12:46; 1Cr 25:7, 8.
Grande parte do canto em grupo, em Israel,
parece ter sido antifônico, quer por dois meios-coros se alternarem em cantar
linhas paralelas, quer por um solista e um coro de responso se alternarem. Nas
Escrituras, isto parece ser chamado de ‘responder’. (Êx 15:21; 1Sa 18:6, 7)
Este tipo de canto é indicado pelo próprio estilo em que alguns dos salmos
foram escritos, tais como o Salmo 136. A descrição dos dois grandes coros de
agradecimento, no tempo de Neemias, e da sua participação na inauguração da
muralha de Jerusalém, indica que cantavam neste estilo. — Ne 12:31, 38,
40-42.
Pode-se dizer que entoar um canto em forma de
salmodia situa-se entre o cantar propriamente dito e o falar. Seu diapasão é
bastante monótono e repetitivo, com ênfase no ritmo. Embora o salmodiar
continue bastante popular em algumas das principais religiões do mundo, seu uso
na Bíblia parece limitar-se a endechas, como no caso em que Davi entoou uma
endecha pela morte de seu amigo Jonatã e do Rei Saul. (2Sa 1:17; 2Cr 35:25; Ez
27:32; 32:16) Somente numa endecha ou num lamento seria preferível o estilo de
salmodia ao da melodia de música, ou à modulação e ênfase oral de pura fala.
A DANÇA NOS TEMPOS BÍBLICOS
Execução rítmica de movimentos do corpo, em
geral acompanhada por música, variando desde um ritmo lento até um frenesi
violento. A dança é uma expressão exterior das emoções e atitudes da pessoa,
muitas vezes as de alegria e êxtase, e raras vezes de ódio e de vingança
(conforme exibido nas danças de guerra). As emoções e os sentimentos expressos
na dança são realçados por trajes apropriadamente coloridos ou por acessórios
simbólicos.
A arte da dança é de origem muito antiga, e
desde os tempos mais primitivos tem sido usada por quase todas as raças como
meio de expressão emocional, especialmente na adoração. Nas Escrituras
Hebraicas ocorrem diversas expressões traduzidas por “dançar”, “dança de rodas”,
“dançar em rodas” e ‘saltitar’. O verbo hebraico hhul, que basicamente
significa “rodopiar; girar”, também é traduzido por “dançar”. (Jz 21:21; veja
Je 30:23; La 4:6.) Dois substantivos que significam “dança; dança de rodas”,
derivam deste verbo, a saber, ma·hhól (Je 31:4; Sal 150:4) e mehho·láh.
— Cân 6:13; Jz 21:21.
Danças de Vitória e de Festa.
Dançarinos expressaram seu sincero louvor e agradecimento a Deus depois que
Israel presenciou a demonstração inspiradora de fé do poder de Deus, ao
destruir os egípcios. Assim, enquanto os homens se juntavam a Moisés num cântico
de vitória, Miriã liderava as mulheres em danças ao acompanhamento de
pandeiros. (Êx 15:1, 20, 21) Outra dança de vitória motivada por profundos sentimentos
religiosos foi a da filha de Jefté, que saiu para se juntar ao pai em louvar a Deus,
por este ter entregue os amonitas na mão dele. (Jz 11:34) As mulheres de
Israel, dançando ao som de alaúdes e de pandeiros, aclamaram a volta de Saul e
Davi após a vitória de Deus sobre os filisteus. (1Sa 18:6, 7; 21:11; 29:5)
A dança fazia parte de certas festividades anuais relacionadas com a adoração
de Deus. (Jz 21:19-21, 23) Os Salmos também endossam a dança como meio de
honrar e louvar a Deus. “Louvai a Jah! . . . Louvem eles seu nome com
danças. Entoem-lhe melodias com o pandeiro e com a harpa.” “Louvai-o com o
pandeiro e com a dança de rodas.” — Sal 149:1, 3; 150:4.
Foi uma grandiosa ocasião quando a arca do
pacto finalmente chegou a Jerusalém, especialmente para o Rei Davi, que deu vazão
às suas emoções numa bem vigorosa dança. “E Davi estava dançando diante de Deus,
com todo o seu poder, . . . pulando e dançando diante de Deus.” (2Sa
6:14-17) Na passagem paralela, Davi é descrito como “saltitando”. — 1Cr
15:29.
A dança tinha também significado religioso
entre o povo das nações pagãs. As procissões na antiga Babilônia e em outras nações
usualmente eram de natureza religiosa, e muitas vezes realizavam-se danças de
cortejo como parte do acontecimento. As danças na Grécia usualmente encenavam
alguma lenda relacionada com os seus deuses, os quais também eram representados
dançando. Danças de fertilidade destinavam-se a estimular as paixões sexuais
tanto dos participantes como dos espectadores. Os cananeus realizavam danças de
roda ao redor dos seus ídolos e postes sagrados honrando as forças de
fertilidade da natureza. A adoração de Baal estava associada com danças frenéticas,
desenfreadas. No tempo de Elias houve tal demonstração por parte dos sacerdotes
de Baal, os quais, no decorrer da dança demoníaca, cortaram-se com facas, ao
passo que continuaram “a mancar em volta” do altar. (1Rs 18:26-29) Outras traduções
dizem que “rodeavam manquejando” (VB), “dançavam dobrando o joelho” (BJ;
BV), “dançavam com genuflexões” (BMD). Quando os israelitas
fizeram o bezerro de ouro, eles também se entregaram a uma forma de dança pagã
diante do ídolo, merecendo assim a condenação de Deus. — Êx 32:6, 17-19.
Outras Menções Bíblicas de Dança.
Em Israel dançava-se na maior parte em grupo, especialmente as mulheres. Quando
homens participavam da dança, faziam isso em grupos separados; pelo visto, os
sexos não se misturavam nas danças. As danças eram feitas tanto em cortejo como
em roda (Jz 21:21; 2Sa 6:14-16), mas esses tipos de dança não as tornavam
parecidas às danças de cortejo ou de roda dos pagãos. Os motivos e objetivos
das próprias danças, a finalidade anunciada das danças, os movimentos dos
corpos dançantes e as idéias transmitidas por eles aos espectadores são as
coisas importantes a considerar e a comparar para se determinar semelhanças nos
modelos de dança.
Nas Escrituras Gregas Cristãs, a palavra or·khé·o·mai
é traduzida por “dançar”. De acordo com W. E. Vine, “é provável que
originalmente significasse levantar, como que os pés; daí, pular com movimento
regular”. (An Expository Dictionary of New Testament
Words [Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento], 1962, Vol. 1,
p. 266) Herodes agradou-se tanto da dança de Salomé na festa de aniversário
natalício dele, que lhe concedeu o pedido e mandou decapitar João, o Batizador.
(Mt 14:6-11; Mr 6:21-28) Jesus Cristo comparou a sua geração às criancinhas que
ele observava brincar e dançar na feira. (Mt 11:16-19; Lu 7:31-35) Na ilustração
de Jesus a respeito do filho pródigo, porém, usa-se uma palavra grega
diferente, kho·rós, da qual deriva a palavra portuguesa “coro”, no
sentido de um conjunto de dançarinos. Esta palavra grega tem referência a um
grupo de dançarinos, evidentemente a um conjunto de dançarinos contratado como
diversão para tal ocasião festiva. — Lu 15:25.
HISTÓRIA DA MÚSICA NA BÍBLIA
A música é uma das dádivas de Deus, por meio da qual o
homem pode expressar louvor e agradecimentos ao seu Criador, bem como dar vazão
às suas emoções, suas tristezas e suas alegrias. Na adoração de Jeová Deus
tem-se destacado especialmente o canto, mas também a música instrumental tem
desempenhado um papel vital. Não só tem servido para acompanhar os vocalistas,
mas também para complementar seu canto. De modo que não surpreende que haja na
Bíblia, do princípio ao fim, inúmeras referências tanto à música vocal como à
instrumental, associada com a adoração verdadeira e de outra maneira. — Gên
4:21; 31:27; 1Cr 25:1; Re 18:22.
História. A primeira referência da Bíblia à música
ocorre antes do Dilúvio, na sétima geração depois de Adão: “[Jubal] mostrou ser
o fundador de todos os que manejam a harpa e o pífaro.” Isto talvez descreva a
invenção dos primeiros instrumentos musicais ou talvez até mesmo o
estabelecimento de uma espécie de profissão musical. — Gên 4:21.
Nos tempos patriarcais, a música parece ter
feito parte da vida, a julgar pelo desejo de Labão, de dar a Jacó e às suas próprias
filhas uma despedida com música. (Gên 31:27) Canto e acompanhamento musical
marcaram a celebração da libertação no mar Vermelho e dos retornos vitoriosos
de batalha, de Jefté, Davi e Saul. — Êx 15:20, 21; Jz 11:34; 1Sa
18:6, 7.
Nas duas ocasiões relacionadas com o
transporte da Arca a Jerusalém, havia presentes vocalistas e instrumentalistas.
(1Cr 13:8; 15:16) Nos anos posteriores da vida de Davi, Jeová, por meio dos
seus profetas Natã e Gade, ordenou o estabelecimento duma organização musical
para o santuário. — 1Cr 23:1-5; 2Cr 29:25, 26.
A organização musical iniciada por Davi
entrou em pleno funcionamento no templo de Salomão. A grandiosidade e magnitude
da música por ocasião da dedicação do templo pode ser apreciada pelo fato de
que só os trombeteiros somavam 120. (2Cr 5:12, 13) Mas, ao passo que a nação
relaxou na sua fidelidade a Jeová, todos os aspectos da adoração verdadeira
sofreram, inclusive a música. Todavia, quando os reis Ezequias e Josias instituíram
suas reformas, bem como quando os judeus retornaram do exílio babilônico,
fizeram-se esforços para restabelecer o arranjo de música que Jeová havia
indicado desejar. (2Cr 29:25-28; 35:15; Esd 3:10) Mais tarde, quando Neemias
inaugurou a muralha de Jerusalém, os cantores levíticos, com pleno
acompanhamento instrumental, contribuíram grandemente para a alegria desta
ocasião. (Ne 12:27-42) Embora as Escrituras não mencionem mais nada sobre a música
relacionada com a adoração no templo depois do tempo de Neemias, outros
registros, tais como o Talmude, falam de se usar música ali até a destruição do
templo em 70 EC.
O CANTO CORAL NO TEMPLO
Em conjunto com os preparativos para o templo
de Deus, Davi reservou 4.000 levitas para o serviço musical. (1Cr 23:4, 5)
Dentre estes, 288 eram “treinados no cântico a Jeová, todos peritos”. (1Cr
25:7) Todo o arranjo estava sob a direção de três exímios músicos, Asafe, Hemã
e Jedutum (pelo visto, também chamado Etã). Visto que cada um destes homens
também era descendente de um dos três filhos de Levi, respectivamente Gersom,
Coate e Merari, as três principais famílias levíticas estavam assim
representadas na organização musical para o templo. (1Cr 6:16, 31-33, 39-44;
25:1-6) Os filhos destes três homens totalizavam 24, todos eles fazendo
parte dos já mencionados 288 hábeis músicos. Cada filho foi designado por
sortes para ser cabeça de uma turma de músicos. Sob a sua direção havia mais 11
“peritos”, escolhidos dentre os seus próprios filhos bem como de outros
levitas. Deste modo, os 288 ([1 + 11] × 24 = 288) músicos levíticos peritos,
igual aos sacerdotes, foram divididos em 24 turmas. Caso todos os remanescentes
3.712 ‘aprendizes’ tenham sido similarmente distribuídos, isto daria em média
cerca de 155 homens a mais em cada uma das 24 turmas, significando que havia
cerca de 13 levitas nos diversos estágios de educação e treinamento musical para
cada perito. (1Cr 25:1-31) Visto que os trombeteiros eram sacerdotes, seriam um
acréscimo aos músicos levíticos. — 2Cr 5:12; compare isso com Núm 10:8.
A MÚSICA INSTRUMENTAL NA BÍBLIA
Os instrumentos musicais da Bíblia podem ser
classificados do seguinte modo:
De
cordas: alaúde, cítara, harpa.
De
sopro: buzina, flauta, gaita de foles, pífaro, trombeta, (possivelmente)
neilote.
De
percussão: címbalos, pandeiro, sistro.
Veja os artigos sobre os respectivos
instrumentos mencionados acima para obter mais informações.
Não há motivo para se crer que os
instrumentos musicais de Israel fossem rudimentares em formato, construção ou
tonalidade. A Bíblia nota que as harpas e os instrumentos de cordas para uso no
templo eram da mais seleta madeira de algum, importada, e as trombetas eram de
prata. (1Rs 10:11, 12; Núm 10:2) Sem dúvida, usavam-se os artífices mais
habilitados na fabricação dos instrumentos para o templo.
Tanto as Escrituras como manuscritos não-bíblicos,
que datam de antes da Era Comum, atestam a qualidade dos instrumentos, bem como
a competência dos músicos israelitas. Os Rolos do Mar Morto declaram que várias
trombetas tinham de executar complexos sinais “como com uma só boca”. Isto não
somente exigiria músicos hábeis, mas também instrumentos construídos de tal
maneira, que todos estivessem sintonizados um com o outro. Que não havia dissonância
é indicado pelo relato inspirado sobre a música na inauguração do templo de
Salomão: “Os [cento e vinte] que tocavam as trombetas e os cantores eram
como que um, fazendo um só som
ser ouvido.” — 2Cr 5:12, 13.
A Bíblia alista apenas quatro instrumentos
definitivamente pertencentes à orquestra do templo: trombetas, harpas,
instrumentos de cordas (hebr.: neva·lím) e címbalos. Embora isso, nos
padrões modernos, não pareça ser uma orquestra completa, nunca se intencionava
que esta fosse uma orquestra sinfônica, mas apenas uma para fornecer
acompanhamento para o canto no templo. Tal conjunto de instrumentos serviria de
modo excelente para esta finalidade. — 2Cr 29:25, 26; Ne 12:27, 41, 42.
Quanto às ocasiões em que os instrumentos
sagrados eram tocados, as Escrituras relacionam as seguintes, com referência às
trombetas: “No dia da vossa alegria e nas vossas épocas festivas, e nos começos
dos vossos meses, tendes de tocar as trombetas sobre as vossas ofertas
queimadas e os vossos sacrifícios de participação em comum.” (Núm 10:10) Depois
de se estabelecer a organização musical para o templo, é provável que os outros
instrumentos se juntassem às trombetas nestas e em outras ocasiões especiais.
Esta conclusão, bem como o procedimento musical seguido, parecem ser indicados
pela ordem dos eventos descritos por ocasião da renovação dos serviços sagrados
pelo Rei Ezequias, depois de ele ter purificado o templo: “Na hora em que
principiou a oferta queimada, principiou o canto de Jeová e também as
trombetas, sim, sob a regência dos instrumentos de Davi, rei de Israel. E toda
a congregação se curvava enquanto ressoava o canto e tocavam as trombetas —
tudo isto até acabar a oferta queimada.” (2Cr 29:27, 28) Estarem as
trombetas “sob a regência dos instrumentos de Davi” parece indicar que os
trombeteiros tocavam de maneira a complementar os outros instrumentos, em vez
de se sobrepor a eles. Todo o grupo de músicos ficou postado “ao leste do altar”.
— 2Cr 5:12.
A MÚSICA VOCAL NA BÍBLIA
Os
cantores no templo eram varões levitas. Em parte alguma das Escrituras se fala
de mulheres vocalistas no templo. Um dos targuns (sobre Ec 2:8) indica
claramente que elas não faziam parte do coro. Estarem as mulheres proibidas até
mesmo de entrar em certas áreas do templo parece excluí-las de ocuparem ali
qualquer posição oficial. — 2Cr 5:12; Ne 10:39; 12:27-29.
Dava-se considerável importância ao canto no
templo. Isto se evidencia em muitas referências bíblicas aos cantores, bem como
em que eles estavam ‘livres dos deveres’ comuns aos outros levitas, para se
devotarem inteiramente ao seu serviço. (1Cr 9:33) Continuarem como grupo
especial de levitas é enfatizado por estarem alistados separadamente entre os
que retornaram de Babilônia. (Esd 2:40, 41) Até mesmo a autoridade do rei
persa Artaxerxes (Longímano) foi exercida a favor deles, isentando-os, junto
com outros grupos especiais, de ‘imposto, tributo e pedágio’. (Esd 7:24) Mais
tarde, o rei ordenou que houvesse “uma provisão fixa para os cantores, conforme
cada dia exigia”. Embora se atribua esta ordem a Artaxerxes, é mais provável
que foi emitida por Esdras, à base dos poderes que lhe foram concedidos por
Artaxerxes. (Ne 11:23; Esd 7:18-26) De modo que é compreensível que, embora
todos os cantores fossem levitas, a Bíblia faça referência a eles como grupo
especial, falando de “os cantores, e os levitas”. — Ne 7:1; 13:10.
As Escrituras mencionam outros cantores,
homens e mulheres, à parte da adoração no templo. Exemplos destes são os
cantores e as cantoras mantidos por Salomão na sua corte; também, os cerca de
200 cantores de ambos os sexos que, além dos músicos levíticos, retornaram de
Babilônia. (Ec 2:8; Esd 2:65; Ne 7:67) Estes cantores não-levíticos, comuns em
Israel, eram empregados não só para realçar diversas ocasiões festivas, mas
também para entoar endechas em tempos de tristeza. (2Sa 19:35; 2Cr 35:25; Je
9:17, 20) O costume de contratar músicos profissionais em ocasiões de
alegria e de tristeza parece ter continuado ainda no tempo em que Jesus esteve
na terra. — Mt 11:16, 17.
Embora a música não se destaque tanto nas
Escrituras Gregas Cristãs como nas Escrituras Hebraicas, ela não é
desconsiderada ou despercebida. A música instrumental com relação à adoração
verdadeira é mencionada apenas em sentido figurado nas Escrituras Gregas (Re
14:2); todavia, o canto parece ter sido bastante comum entre os servos de Deus.
Jesus e seus apóstolos cantaram louvores após a Refeição Noturna do Senhor. (Mr
14:26) Lucas fala de Paulo e Silas cantarem na prisão, e Paulo incentivava os
concrentes a entoarem cânticos de louvor a Jeová. (At 16:25; Ef 5:18, 19;
Col 3:16) A declaração de Paulo em 1 Coríntios 14:15, a respeito do canto,
parece indicar que era uma particularidade regular da adoração cristã. João, ao
registrar sua visão inspirada, fala de diversas criaturas celestiais cantarem a
Deus e a Cristo. — Re 5:8-10; 14:3; 15:2-4.
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