sexta-feira, 6 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O ELEVADO PADRÃO MUSICAL DO MUNDO BÍBLICO
O nível
moral mais elevado dos israelitas e sua literatura superior, conforme
exemplificados pela poesia e pela prosa das Escrituras Hebraicas, sugerem que a
música do antigo Israel provavelmente transcendia à dos seus contemporâneos.
Por certo, a inspiração para a música de Israel era bem mais sublime do que a
das nações vizinhas. De interesse é um baixo-relevo assírio, em que o Rei
Senaqueribe é representado exigindo que o Rei Ezequias lhe pagasse como tributo
músicos de ambos os sexos. — Ancient Near Eastern Texts
(Textos Antigos do Oriente Próximo), editado por J. Pritchard, 1974, p. 288.
Alguns sustentam já por muito tempo que a música
hebraica era toda melodia, sem harmonia. No entanto, o mero destaque da harpa e
de outros instrumentos de cordas em Israel já pesa fortemente contra tal suposição.
É quase inconcebível que um músico tocasse um instrumento de muitas cordas e
deixasse de notar que uma combinação de certos tons era bem agradável, ou que
uma série específica de notas, como num arpejo, produz um som agradável. Certa
fonte abalizada em história da música, Curt Sachs, declara: “O arraigado
preconceito de que a harmonia e a polifonia [duas ou mais partes musicais ou
vozes combinadas] têm sido uma prerrogativa do Ocidente medieval e moderno não
tem fundamento.” Ele prossegue dizendo que, mesmo entre culturas primitivas, há
muitos exemplos de música em quintas, quartas, terceiras, bem como em oitavas,
e que, entre esses povos, incluindo certas tribos de pigmeus, desenvolveu-se a
antifonia justaposta (canto alternativo de dois grupos de vocalistas) em
regular canto canônico.
Baseado numa pesquisa mundial, Sachs
apresenta a conclusão de que “os coros e as orquestras relacionados com o
Templo em Jerusalém sugerem um elevado padrão de educação, de perícia e de
conhecimento musicais”. Ele continua: “É importante compreender que o antigo
Oriente ocidental possuía uma música bem diferente da que os historiadores do século
dezenove lhe atribuem. . . . Embora não saibamos como soava essa música
antiga, dispomos de suficiente evidência de sua força, de sua dignidade e de
sua maestria.” — The Rise of Music in the
Ancient World: East and West (A Ascensão da
Música no Mundo Antigo: Oriente e Ocidente), 1943, pp. 48, 101, 102.
As Escrituras dão a entender uma conclusão
similar. Por exemplo, nos cabeçalhos dos Salmos aparece mais de 30 vezes a
expressão “Ao regente” (NM; AT). (Sal 11; e outros) Outras traduções
rezam “regente do coro” (BV), “Músico Principal” (AS; KJ; Le;
Ro), e “mestre do canto” (ALA; BJ; CBC; PIB).
O termo hebraico parece referir-se a alguém que de certo modo orientava a execução
do canto, seu arranjo, seu ensaio e o treinamento dos cantores levíticos, ou na
sua execução oficial. Talvez isso fosse dirigido ao principal músico de cada
uma das 24 turmas de músicos do santuário, ou pode ter sido outro dos exímios músicos,
visto que o registro diz que eles deviam “agir como regentes”. (1Cr 15:21;
25:1, 7-31) Em mais uns 20 Salmos, os cabeçalhos são ainda mais específicos
na sua referência a “regentes”: “Ao regente, em instrumentos de cordas”, “Ao
regente, na oitava inferior”, e assim por diante. (Sal 4, 12, e outros) Além
disso, há referências bíblicas aos “cabeças dos cantores”, aos “peritos” e aos ‘aprendizes’.
Tudo isso atesta um elevado padrão de música. — Ne 12:46; 1Cr 25:7, 8.
Grande parte do canto em grupo, em Israel,
parece ter sido antifônico, quer por dois meios-coros se alternarem em cantar
linhas paralelas, quer por um solista e um coro de responso se alternarem. Nas
Escrituras, isto parece ser chamado de ‘responder’. (Êx 15:21; 1Sa 18:6, 7)
Este tipo de canto é indicado pelo próprio estilo em que alguns dos salmos
foram escritos, tais como o Salmo 136. A descrição dos dois grandes coros de
agradecimento, no tempo de Neemias, e da sua participação na inauguração da
muralha de Jerusalém, indica que cantavam neste estilo. — Ne 12:31, 38,
40-42.
Pode-se dizer que entoar um canto em forma de
salmodia situa-se entre o cantar propriamente dito e o falar. Seu diapasão é
bastante monótono e repetitivo, com ênfase no ritmo. Embora o salmodiar
continue bastante popular em algumas das principais religiões do mundo, seu uso
na Bíblia parece limitar-se a endechas, como no caso em que Davi entoou uma
endecha pela morte de seu amigo Jonatã e do Rei Saul. (2Sa 1:17; 2Cr 35:25; Ez
27:32; 32:16) Somente numa endecha ou num lamento seria preferível o estilo de
salmodia ao da melodia de música, ou à modulação e ênfase oral de pura fala.
A DANÇA NOS TEMPOS BÍBLICOS
Execução rítmica de movimentos do corpo, em
geral acompanhada por música, variando desde um ritmo lento até um frenesi
violento. A dança é uma expressão exterior das emoções e atitudes da pessoa,
muitas vezes as de alegria e êxtase, e raras vezes de ódio e de vingança
(conforme exibido nas danças de guerra). As emoções e os sentimentos expressos
na dança são realçados por trajes apropriadamente coloridos ou por acessórios
simbólicos.
A arte da dança é de origem muito antiga, e
desde os tempos mais primitivos tem sido usada por quase todas as raças como
meio de expressão emocional, especialmente na adoração. Nas Escrituras
Hebraicas ocorrem diversas expressões traduzidas por “dançar”, “dança de rodas”,
“dançar em rodas” e ‘saltitar’. O verbo hebraico hhul, que basicamente
significa “rodopiar; girar”, também é traduzido por “dançar”. (Jz 21:21; veja
Je 30:23; La 4:6.) Dois substantivos que significam “dança; dança de rodas”,
derivam deste verbo, a saber, ma·hhól (Je 31:4; Sal 150:4) e mehho·láh.
— Cân 6:13; Jz 21:21.
Danças de Vitória e de Festa.
Dançarinos expressaram seu sincero louvor e agradecimento a Deus depois que
Israel presenciou a demonstração inspiradora de fé do poder de Deus, ao
destruir os egípcios. Assim, enquanto os homens se juntavam a Moisés num cântico
de vitória, Miriã liderava as mulheres em danças ao acompanhamento de
pandeiros. (Êx 15:1, 20, 21) Outra dança de vitória motivada por profundos sentimentos
religiosos foi a da filha de Jefté, que saiu para se juntar ao pai em louvar a Deus,
por este ter entregue os amonitas na mão dele. (Jz 11:34) As mulheres de
Israel, dançando ao som de alaúdes e de pandeiros, aclamaram a volta de Saul e
Davi após a vitória de Deus sobre os filisteus. (1Sa 18:6, 7; 21:11; 29:5)
A dança fazia parte de certas festividades anuais relacionadas com a adoração
de Deus. (Jz 21:19-21, 23) Os Salmos também endossam a dança como meio de
honrar e louvar a Deus. “Louvai a Jah! . . . Louvem eles seu nome com
danças. Entoem-lhe melodias com o pandeiro e com a harpa.” “Louvai-o com o
pandeiro e com a dança de rodas.” — Sal 149:1, 3; 150:4.
Foi uma grandiosa ocasião quando a arca do
pacto finalmente chegou a Jerusalém, especialmente para o Rei Davi, que deu vazão
às suas emoções numa bem vigorosa dança. “E Davi estava dançando diante de Deus,
com todo o seu poder, . . . pulando e dançando diante de Deus.” (2Sa
6:14-17) Na passagem paralela, Davi é descrito como “saltitando”. — 1Cr
15:29.
A dança tinha também significado religioso
entre o povo das nações pagãs. As procissões na antiga Babilônia e em outras nações
usualmente eram de natureza religiosa, e muitas vezes realizavam-se danças de
cortejo como parte do acontecimento. As danças na Grécia usualmente encenavam
alguma lenda relacionada com os seus deuses, os quais também eram representados
dançando. Danças de fertilidade destinavam-se a estimular as paixões sexuais
tanto dos participantes como dos espectadores. Os cananeus realizavam danças de
roda ao redor dos seus ídolos e postes sagrados honrando as forças de
fertilidade da natureza. A adoração de Baal estava associada com danças frenéticas,
desenfreadas. No tempo de Elias houve tal demonstração por parte dos sacerdotes
de Baal, os quais, no decorrer da dança demoníaca, cortaram-se com facas, ao
passo que continuaram “a mancar em volta” do altar. (1Rs 18:26-29) Outras traduções
dizem que “rodeavam manquejando” (VB), “dançavam dobrando o joelho” (BJ;
BV), “dançavam com genuflexões” (BMD). Quando os israelitas
fizeram o bezerro de ouro, eles também se entregaram a uma forma de dança pagã
diante do ídolo, merecendo assim a condenação de Deus. — Êx 32:6, 17-19.
Outras Menções Bíblicas de Dança.
Em Israel dançava-se na maior parte em grupo, especialmente as mulheres. Quando
homens participavam da dança, faziam isso em grupos separados; pelo visto, os
sexos não se misturavam nas danças. As danças eram feitas tanto em cortejo como
em roda (Jz 21:21; 2Sa 6:14-16), mas esses tipos de dança não as tornavam
parecidas às danças de cortejo ou de roda dos pagãos. Os motivos e objetivos
das próprias danças, a finalidade anunciada das danças, os movimentos dos
corpos dançantes e as idéias transmitidas por eles aos espectadores são as
coisas importantes a considerar e a comparar para se determinar semelhanças nos
modelos de dança.
Nas Escrituras Gregas Cristãs, a palavra or·khé·o·mai
é traduzida por “dançar”. De acordo com W. E. Vine, “é provável que
originalmente significasse levantar, como que os pés; daí, pular com movimento
regular”. (An Expository Dictionary of New Testament
Words [Dicionário Expositivo de Palavras do Novo Testamento], 1962, Vol. 1,
p. 266) Herodes agradou-se tanto da dança de Salomé na festa de aniversário
natalício dele, que lhe concedeu o pedido e mandou decapitar João, o Batizador.
(Mt 14:6-11; Mr 6:21-28) Jesus Cristo comparou a sua geração às criancinhas que
ele observava brincar e dançar na feira. (Mt 11:16-19; Lu 7:31-35) Na ilustração
de Jesus a respeito do filho pródigo, porém, usa-se uma palavra grega
diferente, kho·rós, da qual deriva a palavra portuguesa “coro”, no
sentido de um conjunto de dançarinos. Esta palavra grega tem referência a um
grupo de dançarinos, evidentemente a um conjunto de dançarinos contratado como
diversão para tal ocasião festiva. — Lu 15:25.
HISTÓRIA DA MÚSICA NA BÍBLIA
A música é uma das dádivas de Deus, por meio da qual o
homem pode expressar louvor e agradecimentos ao seu Criador, bem como dar vazão
às suas emoções, suas tristezas e suas alegrias. Na adoração de Jeová Deus
tem-se destacado especialmente o canto, mas também a música instrumental tem
desempenhado um papel vital. Não só tem servido para acompanhar os vocalistas,
mas também para complementar seu canto. De modo que não surpreende que haja na
Bíblia, do princípio ao fim, inúmeras referências tanto à música vocal como à
instrumental, associada com a adoração verdadeira e de outra maneira. — Gên
4:21; 31:27; 1Cr 25:1; Re 18:22.
História. A primeira referência da Bíblia à música
ocorre antes do Dilúvio, na sétima geração depois de Adão: “[Jubal] mostrou ser
o fundador de todos os que manejam a harpa e o pífaro.” Isto talvez descreva a
invenção dos primeiros instrumentos musicais ou talvez até mesmo o
estabelecimento de uma espécie de profissão musical. — Gên 4:21.
Nos tempos patriarcais, a música parece ter
feito parte da vida, a julgar pelo desejo de Labão, de dar a Jacó e às suas próprias
filhas uma despedida com música. (Gên 31:27) Canto e acompanhamento musical
marcaram a celebração da libertação no mar Vermelho e dos retornos vitoriosos
de batalha, de Jefté, Davi e Saul. — Êx 15:20, 21; Jz 11:34; 1Sa
18:6, 7.
Nas duas ocasiões relacionadas com o
transporte da Arca a Jerusalém, havia presentes vocalistas e instrumentalistas.
(1Cr 13:8; 15:16) Nos anos posteriores da vida de Davi, Jeová, por meio dos
seus profetas Natã e Gade, ordenou o estabelecimento duma organização musical
para o santuário. — 1Cr 23:1-5; 2Cr 29:25, 26.
A organização musical iniciada por Davi
entrou em pleno funcionamento no templo de Salomão. A grandiosidade e magnitude
da música por ocasião da dedicação do templo pode ser apreciada pelo fato de
que só os trombeteiros somavam 120. (2Cr 5:12, 13) Mas, ao passo que a nação
relaxou na sua fidelidade a Jeová, todos os aspectos da adoração verdadeira
sofreram, inclusive a música. Todavia, quando os reis Ezequias e Josias instituíram
suas reformas, bem como quando os judeus retornaram do exílio babilônico,
fizeram-se esforços para restabelecer o arranjo de música que Jeová havia
indicado desejar. (2Cr 29:25-28; 35:15; Esd 3:10) Mais tarde, quando Neemias
inaugurou a muralha de Jerusalém, os cantores levíticos, com pleno
acompanhamento instrumental, contribuíram grandemente para a alegria desta
ocasião. (Ne 12:27-42) Embora as Escrituras não mencionem mais nada sobre a música
relacionada com a adoração no templo depois do tempo de Neemias, outros
registros, tais como o Talmude, falam de se usar música ali até a destruição do
templo em 70 EC.
O CANTO CORAL NO TEMPLO
Em conjunto com os preparativos para o templo
de Deus, Davi reservou 4.000 levitas para o serviço musical. (1Cr 23:4, 5)
Dentre estes, 288 eram “treinados no cântico a Jeová, todos peritos”. (1Cr
25:7) Todo o arranjo estava sob a direção de três exímios músicos, Asafe, Hemã
e Jedutum (pelo visto, também chamado Etã). Visto que cada um destes homens
também era descendente de um dos três filhos de Levi, respectivamente Gersom,
Coate e Merari, as três principais famílias levíticas estavam assim
representadas na organização musical para o templo. (1Cr 6:16, 31-33, 39-44;
25:1-6) Os filhos destes três homens totalizavam 24, todos eles fazendo
parte dos já mencionados 288 hábeis músicos. Cada filho foi designado por
sortes para ser cabeça de uma turma de músicos. Sob a sua direção havia mais 11
“peritos”, escolhidos dentre os seus próprios filhos bem como de outros
levitas. Deste modo, os 288 ([1 + 11] × 24 = 288) músicos levíticos peritos,
igual aos sacerdotes, foram divididos em 24 turmas. Caso todos os remanescentes
3.712 ‘aprendizes’ tenham sido similarmente distribuídos, isto daria em média
cerca de 155 homens a mais em cada uma das 24 turmas, significando que havia
cerca de 13 levitas nos diversos estágios de educação e treinamento musical para
cada perito. (1Cr 25:1-31) Visto que os trombeteiros eram sacerdotes, seriam um
acréscimo aos músicos levíticos. — 2Cr 5:12; compare isso com Núm 10:8.
A MÚSICA INSTRUMENTAL NA BÍBLIA
Os instrumentos musicais da Bíblia podem ser
classificados do seguinte modo:
De
cordas: alaúde, cítara, harpa.
De
sopro: buzina, flauta, gaita de foles, pífaro, trombeta, (possivelmente)
neilote.
De
percussão: címbalos, pandeiro, sistro.
Veja os artigos sobre os respectivos
instrumentos mencionados acima para obter mais informações.
Não há motivo para se crer que os
instrumentos musicais de Israel fossem rudimentares em formato, construção ou
tonalidade. A Bíblia nota que as harpas e os instrumentos de cordas para uso no
templo eram da mais seleta madeira de algum, importada, e as trombetas eram de
prata. (1Rs 10:11, 12; Núm 10:2) Sem dúvida, usavam-se os artífices mais
habilitados na fabricação dos instrumentos para o templo.
Tanto as Escrituras como manuscritos não-bíblicos,
que datam de antes da Era Comum, atestam a qualidade dos instrumentos, bem como
a competência dos músicos israelitas. Os Rolos do Mar Morto declaram que várias
trombetas tinham de executar complexos sinais “como com uma só boca”. Isto não
somente exigiria músicos hábeis, mas também instrumentos construídos de tal
maneira, que todos estivessem sintonizados um com o outro. Que não havia dissonância
é indicado pelo relato inspirado sobre a música na inauguração do templo de
Salomão: “Os [cento e vinte] que tocavam as trombetas e os cantores eram
como que um, fazendo um só som
ser ouvido.” — 2Cr 5:12, 13.
A Bíblia alista apenas quatro instrumentos
definitivamente pertencentes à orquestra do templo: trombetas, harpas,
instrumentos de cordas (hebr.: neva·lím) e címbalos. Embora isso, nos
padrões modernos, não pareça ser uma orquestra completa, nunca se intencionava
que esta fosse uma orquestra sinfônica, mas apenas uma para fornecer
acompanhamento para o canto no templo. Tal conjunto de instrumentos serviria de
modo excelente para esta finalidade. — 2Cr 29:25, 26; Ne 12:27, 41, 42.
Quanto às ocasiões em que os instrumentos
sagrados eram tocados, as Escrituras relacionam as seguintes, com referência às
trombetas: “No dia da vossa alegria e nas vossas épocas festivas, e nos começos
dos vossos meses, tendes de tocar as trombetas sobre as vossas ofertas
queimadas e os vossos sacrifícios de participação em comum.” (Núm 10:10) Depois
de se estabelecer a organização musical para o templo, é provável que os outros
instrumentos se juntassem às trombetas nestas e em outras ocasiões especiais.
Esta conclusão, bem como o procedimento musical seguido, parecem ser indicados
pela ordem dos eventos descritos por ocasião da renovação dos serviços sagrados
pelo Rei Ezequias, depois de ele ter purificado o templo: “Na hora em que
principiou a oferta queimada, principiou o canto de Jeová e também as
trombetas, sim, sob a regência dos instrumentos de Davi, rei de Israel. E toda
a congregação se curvava enquanto ressoava o canto e tocavam as trombetas —
tudo isto até acabar a oferta queimada.” (2Cr 29:27, 28) Estarem as
trombetas “sob a regência dos instrumentos de Davi” parece indicar que os
trombeteiros tocavam de maneira a complementar os outros instrumentos, em vez
de se sobrepor a eles. Todo o grupo de músicos ficou postado “ao leste do altar”.
— 2Cr 5:12.
A MÚSICA VOCAL NA BÍBLIA
Os
cantores no templo eram varões levitas. Em parte alguma das Escrituras se fala
de mulheres vocalistas no templo. Um dos targuns (sobre Ec 2:8) indica
claramente que elas não faziam parte do coro. Estarem as mulheres proibidas até
mesmo de entrar em certas áreas do templo parece excluí-las de ocuparem ali
qualquer posição oficial. — 2Cr 5:12; Ne 10:39; 12:27-29.
Dava-se considerável importância ao canto no
templo. Isto se evidencia em muitas referências bíblicas aos cantores, bem como
em que eles estavam ‘livres dos deveres’ comuns aos outros levitas, para se
devotarem inteiramente ao seu serviço. (1Cr 9:33) Continuarem como grupo
especial de levitas é enfatizado por estarem alistados separadamente entre os
que retornaram de Babilônia. (Esd 2:40, 41) Até mesmo a autoridade do rei
persa Artaxerxes (Longímano) foi exercida a favor deles, isentando-os, junto
com outros grupos especiais, de ‘imposto, tributo e pedágio’. (Esd 7:24) Mais
tarde, o rei ordenou que houvesse “uma provisão fixa para os cantores, conforme
cada dia exigia”. Embora se atribua esta ordem a Artaxerxes, é mais provável
que foi emitida por Esdras, à base dos poderes que lhe foram concedidos por
Artaxerxes. (Ne 11:23; Esd 7:18-26) De modo que é compreensível que, embora
todos os cantores fossem levitas, a Bíblia faça referência a eles como grupo
especial, falando de “os cantores, e os levitas”. — Ne 7:1; 13:10.
As Escrituras mencionam outros cantores,
homens e mulheres, à parte da adoração no templo. Exemplos destes são os
cantores e as cantoras mantidos por Salomão na sua corte; também, os cerca de
200 cantores de ambos os sexos que, além dos músicos levíticos, retornaram de
Babilônia. (Ec 2:8; Esd 2:65; Ne 7:67) Estes cantores não-levíticos, comuns em
Israel, eram empregados não só para realçar diversas ocasiões festivas, mas
também para entoar endechas em tempos de tristeza. (2Sa 19:35; 2Cr 35:25; Je
9:17, 20) O costume de contratar músicos profissionais em ocasiões de
alegria e de tristeza parece ter continuado ainda no tempo em que Jesus esteve
na terra. — Mt 11:16, 17.
Embora a música não se destaque tanto nas
Escrituras Gregas Cristãs como nas Escrituras Hebraicas, ela não é
desconsiderada ou despercebida. A música instrumental com relação à adoração
verdadeira é mencionada apenas em sentido figurado nas Escrituras Gregas (Re
14:2); todavia, o canto parece ter sido bastante comum entre os servos de Deus.
Jesus e seus apóstolos cantaram louvores após a Refeição Noturna do Senhor. (Mr
14:26) Lucas fala de Paulo e Silas cantarem na prisão, e Paulo incentivava os
concrentes a entoarem cânticos de louvor a Jeová. (At 16:25; Ef 5:18, 19;
Col 3:16) A declaração de Paulo em 1 Coríntios 14:15, a respeito do canto,
parece indicar que era uma particularidade regular da adoração cristã. João, ao
registrar sua visão inspirada, fala de diversas criaturas celestiais cantarem a
Deus e a Cristo. — Re 5:8-10; 14:3; 15:2-4.
O CANDELABRO NO TABERNÁCULO
Base ou suporte para uma ou várias lâmpadas a
óleo. Embora mencione candelabros em lares e em outros edifícios (2Rs 4:10; Da
5:5; Lu 8:16; 11:33), a Bíblia dá ênfase primariamente aos candelabros
associados com a verdadeira adoração.
No Tabernáculo. Deus orientou Moisés,
numa visão, a fazer, para ser usado no tabernáculo, um candelabro (hebr.: menoh·ráh;
gr.: ly·khní·a) ‘de ouro puro, obra batida ao martelo’. Junto com suas
lâmpadas e utensílios, devia pesar um talento. (Êx 25:31, 39, 40;
37:17, 24; Núm 8:4; He 9:2) Isto equivaleria a cerca de 34 kg,
valendo, em termos modernos, uns US$ 385.350.
Formato. Esta luminária para
o “Lugar Santo”, o compartimento anterior do tabernáculo (He 9:2), compunha-se
de uma coluna central, com seis hastes laterais. Estas hastes curvavam-se para
cima, em lados opostos da coluna principal. A coluna, ou talo, central era
decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira,
alternando-se botões e flores. Não se tem certeza da espécie de flor
representada ali; a palavra hebraica pode referir-se a qualquer flor. Cada uma
das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se botões e flores. A
descrição talvez indique que os botões, na coluna central, ocorriam no ponto em
que as hastes laterais se juntavam à coluna central. Lâmpadas que queimavam
excelente azeite batido achavam-se colocadas no alto da coluna principal, e na
extremidade de cada haste. Os acessórios consistiam em espevitadeiras,
porta-lumes e vasos de azeite. — Êx 25:31-38; 37:18-23; Le 24:2; Núm 4:9.
A fabricação em si, do candelabro, foi feita
sob a supervisão de Bezalel, da tribo de Judá, e Ooliabe, da tribo de Dã. (Êx
31:1-11; 35:30-35) Estes homens, sem dúvida, eram bons artífices, possivelmente
tendo aprendido o ofício quando eram escravos no Egito. Mas, Jeová colocou
então seu espírito sobre eles, para que o trabalho fosse feito com perfeição,
exatamente segundo o modelo revelado e mencionado a Moisés. — Êx 25:9, 40;
39:43; 40:16.
Uso. Moisés “colocou o
candelabro na tenda de reunião, defronte da mesa, do lado meridional do
tabernáculo”. Evidentemente, ficava paralelo ao lado sul da tenda (do lado
esquerdo de quem entrava), defronte da mesa dos pães da proposição. A luz
brilhava sobre a “área na frente do candelabro”, iluminando assim o Lugar
Santo, que continha também o altar de ouro para incenso. — Êx 40:22-26;
Núm 8:2, 3.
Na ocasião em que Moisés terminou a montagem
do tabernáculo, em 1.° de nisã de 1512 AEC, ele seguiu as instruções
de Deus, de acender as lâmpadas. (Êx 40:1, 2, 4, 25) Mais tarde, Arão fazia
isso (Núm 8:3), e depois ele (e os futuros sumos sacerdotes) punham o
candelabro em ordem, ‘continuamente perante Jeová, desde a noitinha até à
manhã’. (Le 24:3, 4) Quando Arão aprontava as lâmpadas “manhã após manhã”,
e quando as acendia “entre as duas noitinhas”, ele oferecia também incenso no
altar de ouro. — Êx 30:1, 7, 8.
O candelabro, junto com os outros utensílios
do tabernáculo, durante a peregrinação no ermo, era transportado pela família
coatita da tribo de Levi. Primeiro, porém, os sacerdotes tinham de cobrir os
objetos, porque, conforme Deus avisara, os que não eram sacerdotes ‘não deviam
entrar para ver as coisas sagradas nem pelo mínimo instante de tempo, e assim
ter de morrer’. O candelabro com os seus acessórios eram cobertos com um pano azul
e depois envolvidos numa cobertura de peles de focas, e então era colocado
sobre uma barra para ser carregado. — Núm 4:4, 9, 10, 15, 19, 20.
No relato sobre o Rei Davi trazer a arca do
pacto ao monte Sião, não se faz menção do candelabro. Evidentemente, permaneceu
no tabernáculo nos diversos lugares em que este passou a ficar.
Nos Templos. Davi deu a Salomão os planos
arquitetônicos para o templo, planos que havia recebido por inspiração. Estes
incluíam orientações para haver candelabros de ouro e candelabros de prata.
(1Cr 28:11, 12, 15, 19) Havia dez candelabros de ouro, e eles foram
colocados “cinco para a direita e cinco para a esquerda”, ou cinco do lado
meridional e cinco do lado setentrional, encarando-se o leste, no Santo do
templo. (1Rs 7:48, 49; 2Cr 4:20) Todos os dez eram “do mesmo plano”. (2Cr
4:7) Talvez fossem muito maiores do que aquele que havia estado no tabernáculo,
em harmonia com as dimensões maiores do templo e dos seus outros apetrechos,
tais como “o mar de fundição”. (2Cr 3:3, 4; 1Rs 7:23-26) Os candelabros de
prata, sem dúvida, eram usados nos pátios ou em outras salas, não no Santo e no
Santíssimo, porque os objetos dessas duas salas eram de ouro. Assim como no
tabernáculo, as lâmpadas dos candelabros de ouro eram acesas “noitinha após
noitinha”, constantemente. — 2Cr 13:11.
Quando o templo foi destruído pelos
babilônios, em 607 AEC, os candelabros se achavam entre os objetos de ouro
e de prata levados da casa de Jeová. — Je 52:19.
Templo reconstruído
por Zorobabel. As Escrituras não fornecem nenhuma
informação sobre candelabros no templo reconstruído por Zorobabel. Entretanto,
Josefo diz que Antíoco (Epifânio) “despojou o templo, carregando com
. . . os candelabros de ouro”. (Jewish Antiquities
[Antiguidades Judaicas], XII, 250 [v. 4]) O livro apócrifo de Macabeus
menciona a remoção dum “candelabro”, tornando necessário a fabricação de um
novo. — 1 Macabeus 1:21-23; 4:49, 50, BJ.
Templo reconstruído
por Herodes. A magnificência do templo reconstruído
por Herodes forneceria base para se imaginar que esse templo também deve ter
contido candelabros de igual beleza e custo que os do templo de Salomão. No
entanto, as Escrituras não fazem menção deles. Evidência de tal candelabro é
encontrada na sua menção por Josefo e na sua representação num baixo-relevo
existente numa abóbada interior do arco triunfal de Tito, em Roma. Neste arco
acham-se representados certos objetos tomados de Jerusalém, quando ela foi
destruída pelos romanos em 70 EC. Josefo afirmava ter sido testemunha
ocular desta procissão triunfal do imperador Vespasiano e de seu filho Tito.
Josefo fala de a procissão carregar “um candelabro, igualmente feito de ouro,
mas construído num formato diferente daqueles que usamos na nossa vida. Presa a
um pedestal havia uma coluna central, da qual se estendiam hastes finas,
arranjadas em feitio de tridente, com uma lâmpada trabalhada presa à
extremidade de cada haste; havia sete delas”. — The Jewish War
(A Guerra Judaica), VII, 148, 149, (v. 5).
Ninguém pode hoje dizer com certeza se o candelabro
representado no Arco de Tito tem aspecto exatamente igual ao original no templo
em Jerusalém. As diferenças de opinião referem-se principalmente ao formato da
base, feita de duas formas poligonais, estando a menor acima da maior. Um
conceito é que a representação romana, no arco, é exata, mas que o próprio
Herodes mudara o formato, diferente da forma judaica duma base triangular, ou
tripé, numa campanha de “ocidentalização” para agradar aos romanos. Outros
peritos discordam de que a representação seja exata. Painéis decorativos na
base retratam águias e monstros marinhos, que eles citam como aparente violação
do segundo mandamento.
Alguns concluem que o candelabro original do
templo erguia-se sobre um tripé, baseando isso, em parte, nas numerosas representações
do candelabro, em diferentes partes da Europa e do Oriente Médio, datando do
terceiro ao sexto século, que mostram um tripé como base, alguns tripés com pés
de animal. A representação mais antiga do candelabro aparece em moedas de
Antígono II, que reinou de 40-37 AEC. Um espécime, embora não muito
bem preservado, parece indicar que a base consistia numa chapa com pés. Em
1969, encontrou-se uma representação do candelabro do templo, talhada em gesso,
numa casa escavada na parte antiga de Jerusalém. O desenho esquemático indica
sete hastes e uma base triangular, todas ornamentadas com botões separados por
duas linhas paralelas. No Túmulo de Jasão, descoberto em Jerusalém em 1956 e
remontando ao começo do primeiro século AEC, os arqueólogos encontraram
desenhos dum candelabro de sete hastes riscados em gesso. A parte inferior
parece estar fixa numa caixa ou pedestal.
Assim, à base destes achados arqueológicos,
alguns objetam à aparência da base do candelabro no Arco de Tito e sugerem
entre outras possibilidades que os entalhes são a concepção de um artista
romano, influenciado por formatos judaicos que lhe eram familiares de outras
fontes.
OS BORDADOS NO TABERNÁCULO
A antiga arte de usar uma agulha para dar
pontos de linha ou de outros materiais de várias cores ou espécies em algum
tipo de tecido ou em couro, a fim de produzir uma ornamentação em relevo. A
primeira menção bíblica de bordados de padrões e figuras em tecido, por meio de
trabalho de agulha, é em relação ao tabernáculo de Israel. Deus encheu de
sabedoria de coração os trabalhadores do tabernáculo, Bezalel e Ooliabe, para
fazerem, entre outras coisas, todo o serviço de bordador, diferente do trabalho
de tecelão. — Êx 35:30-35; 38:21-23.
Em harmonia com instruções divinas,
bordaram-se habilmente querubins nos panos de tenda do tabernáculo, figuras
estas que eram visíveis do interior do Santo e do Santíssimo. (Êx 26:1; 36:8)
Também se bordaram querubins na cortina que separava esses compartimentos do
tabernáculo. — Êx 26:31-33; 36:35.
Para se fazer o éfode a ser usado pelo sumo
sacerdote, bateram-se lâminas de ouro em folhas finas, das quais se recortaram
fios “para os entremear entre a linha azul, e a lã tingida de roxo, e as fibras
carmíneas, e o linho fino, como trabalho de bordador”. (Êx 39:2, 3; 28:6)
De modo similar, “o trabalho de bordador” entrou na fabricação do “peitoral do
julgamento” do sumo sacerdote. — Êx 28:15; 39:8.
O cântico de vitória de Baraque e Débora
apresenta a mãe de Sísera à espera de ele retornar do combate contra Israel com
despojos que incluíssem vestes bordadas. (Jz 5:1, 28, 30) Deus, em amor,
revestiu figurativamente Jerusalém de uma custosa “veste bordada”. Mas os
habitantes idólatras dela evidentemente haviam usado vestes bordadas literais
para cobrir as imagens dum varão com o qual ela é representada prostituir-se.
(Ez 16:1, 2, 10, 13, 17, 18) Deus predisse também por meio de Ezequiel
que, por ocasião da queda da rica Tiro às mãos dos babilônios, os destronados
“maiorais do mar” ‘se despiriam das suas próprias vestes bordadas’. — Ez
26:2, 7, 15, 16.
BOTÃO DO CANDELABRO
Imagem: Detalhe - botões no candelabro.
Parte ornamental do candelabro de ouro usado
no tabernáculo; designado pela palavra hebraica kaf·tóhr, ou kaf·tór,
referindo-se, evidentemente, a uma protuberância redonda. (Êx 25:31-36;
37:17-22) Estes “botões” se alternavam com as flores ornamentais no talo
principal e em cada uma das seis hastes do candelabro. Alguns dos botões
parecem ter formado uma bossa ou apoio saliente para essas hastes. São
discerníveis no candelabro representado no relevo existente no Arco de Tito (em
Roma), onde se mostra soldados romanos levando os despojos do templo em
Jerusalém, destruído em 70 EC.
A BACIA DO TABERNÁCULO
As Escrituras não fornecem uma descrição
detalhada das bacias usadas nos tempos antigos, embora tais recipientes
costumassem ser de argila, ou eram de madeira ou de metal. Algumas bacias
serviam para fins domésticos, como aquelas que estavam entre as provisões
levadas a Davi e ao povo com ele, quando fugiram de Absalão. (2Sa 17:27-29)
Para este tipo de bacia usa-se a palavra hebraica saf. Esta é também
usada para a bacia em que os israelitas, no Egito, puseram o sangue da vítima
pascoal (Êx 12:22) e para as bacias do templo que Nabucodonosor levou a
Babilônia. (Je 52:19) Esta palavra também pode ser vertida por “taça”, e neste
respeito Deus é representado como dizendo profeticamente: “Eis que eu faço de
Jerusalém uma taça [saf] que causa tontura a todos os povos ao redor.”
— Za 12:1, 2.
Uso no Santuário. Usavam-se também
bacias para fins sagrados, em conexão com a adoração de Deus no tabernáculo e
nos templos posteriores. Conforme Deus instruiu Moisés, os objetos do
tabernáculo incluíam uma bacia grande, que devia ser enchida de água. Ela era
de cobre, apoiada num suporte de cobre, e era colocada entre a tenda de reunião
e o altar, para prover o sumo sacerdote e os outros sacerdotes de água para
lavarem as mãos e os pés, quer antes de entrar na tenda de reunião, quer para
ministrar no altar. (Êx 30:17-21; 31:9; 40:30, 31) Esta bacia, chamada de
pia em algumas traduções (Al; BLH), fora feita dos “espelhos das
serventes que prestavam serviço organizado à entrada da tenda de reunião”.
— Êx 38:8.
De acordo com o texto massorético, não havia
nenhuma instrução específica a respeito do transporte da bacia do tabernáculo.
No entanto, a Septuaginta grega (que concorda com o antigo Pentateuco
samaritano) acrescenta em Números 4:14 as palavras: “E tomarão um pano roxo e
cobrirão a bacia e seu suporte, e colocá-los-ão numa cobertura de pele azul, e
colocá[-los-]ão sobre varais.”
Usa-se a palavra hebraica ki·yóhr (ou:
ki·yór), que significa “bacia” ou “lavatório”, para a bacia do
tabernáculo. (Êx 35:16 n.) Ela é também usada para as dez bacias que
Salomão fez para o uso do templo, nas quais se enxaguavam as coisas que tinham
que ver com a oferta queimada. — 2Cr 4:6, 14.
Cada uma das dez bacias de cobre (pias, Al;
ALA; IBB) que Hirão fez para uso no templo podiam conter “a
medida de quarenta batos”, ou cerca de 880 l de água. Caso essas bacias
tenham tido forma hemisférica, isto significa que tinham um diâmetro de talvez
1,8 m. Naturalmente, se fossem bojudas e se estreitassem um pouco nas
bordas, as medidas seriam outras, e é preciso observar que a Bíblia não fornece
informações pormenorizadas sobre o seu feitio, embora diga que “cada bacia era
de quatro côvados”. Cada bacia era colocada num carrocim de quatro rodas,
habilmente feito com trabalho ornamental e gravuras, colocando-se cinco à
direita e cinco à esquerda da casa. — 1Rs 7:27-39.
Outra bacia de grande tamanho era o enorme e
ornamentado mar de fundição, posto sobre 12 touros modelados, e colocado
“ao lado direito, ao leste, para o sul” da casa. Continha água para o uso dos
sacerdotes. Era circular, tendo 10 côvados (4,5 m) de borda a borda,
e 5 côvados (2,2 m) de altura. — 2Cr 4:2-6, 10.
Usa-se a palavra grega ni·ptér para se
referir à “bacia” que Jesus usou ao lavar os pés dos seus discípulos. — Jo
13:5; veja Int.
Tigelas. Assim como no caso de outros
recipientes mencionados nas Escrituras, as tigelas eram feitas de argila, ou
então de madeira ou de metal. O termo hebraico miz·ráq indica um
recipiente de metal evidentemente usado em conexão com sacrifícios na adoração.
(Êx 27:3; Núm 4:14; 7:13; 1Rs 7:50; 2Cr 4:8) Entre as tigelas maiores usadas em
refeições estava o tsal·lá·hhath (“tacho de banquete”; Pr 26:15) e o sé·fel
(“grande taça de banquete”; Jz 5:25). Usa-se gul·láh para indicar uma
“tigela” (Za 4:2), mas a palavra é também vertida “em forma de tigela” e
“redondos” para descrever os capitéis das colunas diante do templo no tempo de
Salomão. (1Rs 7:41) Os dois termos gregos para tigelas são trý·bli·on e fi·á·le.
Trý·bli·on indica um prato relativamente fundo no qual se tomava a
refeição (Mt 26:23), ao passo que fi·á·le refere-se a uma “tigela”,
freqüentemente usada para oferecer sacrifícios líquidos. — Re 16:2-17.
BEZALEL - O ARTESÃO DO TABERNÁCULO
Imagem: Esboço moderno do Tabernáculo.
Bezalel significa "Sob a Sombra (Abrigo) de Deus".
Principal artesão e construtor do
tabernáculo, “filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá”. (Êx 31:1, 2;
1Cr 2:20) O próprio Deus designou Bezalel e prometeu que o ‘encheria do
espírito de Deus em sabedoria e em entendimento, e em conhecimento, em toda
espécie de artesanato, para elaborar projetos, para trabalhar em ouro, e em
prata, e em cobre, e em lavrar pedras para engastá-las e em trabalhar madeira
para fazer trabalhos de toda espécie’. (Êx 31:3-5; 35:30-33) Estes materiais
caros, com os quais Bezalel trabalhava, foram supridos pelas contribuições
generosas das pessoas de “coração disposto”, e mostraram ser ‘mais do que
suficientes’. — Êx 35:4-9, 20-29; 36:3-7.
Bezalel teve como seu principal ajudante a
Ooliabe (Êx 31:6), e havia muitos de “coração sábio” que trabalhavam com eles,
todavia, a responsabilidade de orientar o trabalho complicado era de Bezalel.
(Êx 35:10-19, 25, 26, 34; 36:1, 2) Isto se evidencia na troca dos pronomes
implícitos nos verbos, “ele” referindo-se a Bezalel, e “eles”, a seus
auxiliares. (Êx 36-39) A grande diversidade das habilidades de Bezalel, e o
fato de que estava cheio do “espírito de Deus” (Êx 35:31), capacitaram-no a
superintender a fabricação de panos de tenda e seus bordados, de colchetes de
ouro e de cobre, das coberturas externas de peles, das armações dos painéis de
madeira, recobertos de ouro, do reposteiro interior (Êx 36); da recoberta arca
do pacto e seus querubins, da mesa e seus utensílios, do candelabro de ouro e
do altar do incenso, dos prescritos óleo de unção e incenso (Êx 37); do altar
da oferta queimada, da bacia de cobre e de seu suporte, do pátio (Êx 38); do
éfode e seu peitoral guarnecido de pedras preciosas, e das vestes sacerdotais
(Êx 39). Quando Salomão ascendeu ao trono, 475 anos depois, a tenda do
tabernáculo, a arca do pacto e o altar de cobre ainda estavam em uso.
— 2Cr 1:1-6.
O BANHO NAS ESCRITURAS
Imagem: Banho cerimonial Hindu.
A palavra hebraica ra·hháts é
traduzida quer por “banhar” quer por “lavar”, e aplica-se ao corpo humano e a
outros objetos que são limpos por serem mergulhados em água ou por esta ser
derramada sobre eles. (Le 16:24; Gên 24:32) Entretanto, para descrever a lavagem
de roupa, quando esta é batida debaixo de água, os escritores bíblicos usaram a
palavra hebraica ka·vás, aparentada com a árabe kabasa (amassar;
pisar) e a acadiana kabasu (calcar). Por isso, lemos em Levítico 14:8:
“E aquele que se purifica tem de lavar [uma forma de [ka·vás] suas
vestes e rapar todo o seu cabelo, e banhar-se [wera·hháts] em água, e
ele tem de ser limpo.” — Veja também Le 15:5-27; Núm 19:19.
A palavra grega para “banho” é lou·trón.
— Tit 3:5.
Exige-se limpeza física daqueles que adoram a
Deus em santidade e pureza. Isto foi demonstrado em conexão com o arranjo do
tabernáculo e o posterior serviço no templo. Por ocasião da sua investidura, o
sumo sacerdote Arão e seus filhos banharam-se antes de trajar as vestes
oficiais. (Êx 29:4-9; 40:12-15; Le 8:6, 7) Para lavarem as mãos e os pés,
os sacerdotes usavam água da bacia de cobre no pátio do tabernáculo, e,
posteriormente, do enorme mar de fundição junto ao templo de Salomão. (Êx
30:18-21; 40:30-32; 2Cr 4:2-6) No Dia da Expiação, o sumo sacerdote banhava-se
duas vezes. (Le 16:4, 23, 24) Aqueles que levavam o bode para Azazel, os
restos dos sacrifícios animais e a sacrificial vaca vermelha para fora do
acampamento tinham de banhar a sua carne e lavar suas vestes antes de entrar
novamente no acampamento. — Le 16:26-28; Núm 19:2-10.
Requeria-se, por vários motivos, um banho
cerimonial por parte dos israelitas em geral. Aquele que se restabelecesse da
lepra, aquele que entrasse em contato com coisas tocadas por alguém que tivesse
“um fluxo”, o homem que tivesse uma emissão de sêmen, a mulher após a
menstruação ou uma hemorragia, ou todo aquele que tivesse relações sexuais era
“impuro” e tinha de banhar-se. (Le 14:8, 9; 15:4-27) Alguém que estivesse
numa tenda com um cadáver humano ou o tocasse era “impuro” e tinha de ser
purificado com água de purificação. Quem se negasse a acatar este regulamento
tinha ‘de ser decepado do meio da congregação, visto que profanou o santuário
de Deus. (Núm 19:20) Apropriadamente, pois, a lavagem é usada de modo figurativo
para indicar uma posição limpa perante Deus. (Sal 26:6; 73:13; Is 1:16; Ez
16:9) Banhar-se com a palavra da verdade de Deus, simbolizada pela água, tem
poder purificador. — Ef 5:26.
A Bíblia refere-se de passagem a pessoas se
banharem: a filha de Faraó, no Nilo (Êx 2:5); Rute, antes de se apresentar a
Boaz (Ru 3:3); Bate-Seba, sem o saber, à vista de Davi (2Sa 11:2, 3);
Davi, antes de se prostrar na casa de Deus (2Sa 12:20); prostitutas no
reservatório em Samaria (1Rs 22:38). O leproso Naamã, à ordem de Eliseu:
“Banha-te e sê limpo”, fez isso sete vezes no rio Jordão. (2Rs 5:9-14) Era
costume banhar bebês recém-nascidos e também banhar os corpos de defuntos antes
do sepultamento. — Ez 16:4; At 9:37.
No clima quente do Oriente Médio, onde as
pessoas andavam em estradas poeirentas com sandálias abertas, era sinal de
hospitalidade e bondade providenciar a lavagem dos pés dos hóspedes. Abraão
mostrou esta bondade para com anjos (Gên 18:1-4); outros exemplos incluem Ló,
Labão e Abigail. (Gên 19:1, 2; 24:29-32; 1Sa 25:41; Lu 7:38, 44; 1Ti
5:10) Também Jesus lavou os pés dos seus discípulos. — Jo 13:5-17.
Os fariseus lavavam “as mãos até os
cotovelos”, não por motivos de higiene, mas estritamente por tradições
rabínicas. — Mr 7:1-5; Mt 15:1, 2.
A APOSENTADORIA DOS LEVITAS
Imagem: Levita no tabernáculo.
Aposentar-se é afastar-se a pessoa do serviço ou de certos
aspectos dele. Ao designar os levitas (que não eram da
família sacerdotal de Arão) para servir na tenda de reunião sob a direção dos
sacerdotes, Deus fez amorosas provisões para o bem-estar deles. Ordenou a
Moisés: “Isto é o que se aplica aos levitas: Da idade de vinte e cinco anos
para cima ele ingressará na companhia do serviço da tenda de reunião. Mas,
depois da idade de cinqüenta anos retirar-se-á da companhia de serviço e não
fará mais nenhum serviço. E ele terá de ministrar aos seus irmãos na tenda de
reunião, cuidando da obrigação, mas não deve fazer nenhum serviço.” — Núm
8:23-26; 1Cr 23:3. Em Números, capítulo 4, descreve-se a
organização de serviço, dos levitas. Ali se declara que deviam ser registrados
dos 30 aos 50 anos de idade.
Era um trabalho braçal pesado montar,
desmontar e transportar a tenda de reunião. Os 96 pedestais de encaixe, de
prata, para as armações de painel pesavam um talento (c. 34 kg) cada um;
havia também quatro pedestais para as colunas entre os compartimentos do Santo
e do Santíssimo, provavelmente do mesmo peso, e cinco pedestais de cobre para
as colunas da entrada do tabernáculo. (Êx 26:19, 21, 25, 32, 37; 38:27) As
48 armações de painel (4,5 m de comprimento; 67 cm de largura) eram
de acácia, madeira pesada, de fino grão, recobertas de ouro. (Êx
26:15-25, 29) Havia trancas recobertas de ouro passadas ao longo de cada
lado e dos fundos do tabernáculo. (Êx 26:26-29) Todos esses objetos eram
pesados. Além disso, havia o peso considerável das coberturas de peles de
focas, de peles de carneiros, pêlos de cabra, e linho, bem como os cortinados
de linho em volta do pátio, com suas colunas, seus pedestais de encaixe,
estacas de tenda, e assim por diante. De modo que o manejo do tabernáculo
envolvia verdadeiro trabalho muscular. (Êx 26:1-14; 27:9-19) Proveram-se seis
carroças para o transporte desses objetos, mas a mesa dos pães da proposição, o
candelabro de ouro e o altar de sacrifício recoberto de cobre eram carregados.
(Os sacerdotes, não os levitas não-sacerdotais, carregavam a arca do pacto.)
— Núm 7:7-9; Êx 25:10-40; 27:1-8; Núm 4:9, 10; Jos 3:15.
Outra finalidade do arranjo de aposentadoria
evidentemente era dar a todos os levitas a oportunidade de terem designações de
serviço no santuário, porque apenas um número limitado era necessário,
especialmente durante o tempo em que a tenda de reunião ou tabernáculo estava
em uso. Não havia provisão de aposentadoria para os sacerdotes, os levitas da
família de Arão.
Evidentemente, havia um período de cinco
anos, dos 25 aos 30 anos de idade, em que o levita servia no que poderia ser
chamado de “treinamento”. Pode ser que estes mais jovens não fossem usados para
tarefas pesadas, que eram reservadas para os de 30 ou mais anos de idade —
homens plenamente adultos. (Veja IDADE.) Mais tarde, depois de a Arca ter sido
permanentemente estabelecida no monte Sião (e especialmente na iminência da
construção do templo), não existia mais o trabalho pesado do transporte do
santuário. Portanto, Davi providenciou que os levitas começassem a servir com a
idade de 20 anos. Sem dúvida, isso se fez porque no templo havia necessidade de
mais pessoas cuidarem do grandemente aumentado serviço ali. — 1Cr
23:24-27.
Os levitas que se aposentavam à idade de 50
anos não se retiravam de todo o serviço. Eles ainda podiam servir
voluntariamente e “ministrar aos seus irmãos na tenda de reunião, cuidando da
obrigação”. (Núm 8:26) Eles provavelmente serviam de conselheiros e ajudavam em
cuidar de parte do trabalho mais leve incluído na obrigação dos levitas, mas
eram poupados ao trabalho mais pesado. E ainda eram instrutores da Lei para o
povo. (De 33:8-10; 2Cr 35:3) Os dentre eles que moravam em cidades de refúgio
eram de ajuda para os que se refugiavam ali.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Pr SAMUEL E SUA ESPOSA CONNIE NA IBI - 10/06/12
O Pr Samuel e sua esposa Connie são muito experientes em sua lida
ministerial... servem junto à SEPAL na capacitação e cuidado de líderes,
pastores e missionários. Tem um forte trabalho entre os homens, casais e
famílias... enfim, um casal especial que é bênção para a vida de todos nós da
IBI, não somente os casais.
Plantaram a Igreja Batista Oasis em
Recife, PE (1976-1983).
Pastorearam 4 igrejas batistas no
Brasil - Caruaru, PE, Vila Carrão, SP, Recife, PE (2X), São Luis, MA.
Administraram um seminário em São
Paulo - 1986-1991.
Serviram como pastor interino e
pastor da equipe pastoral por 12 anos em São Luis, MA na Ig. Bat. Monte
Castelo.
Plantaram e administraram o
ministério de pastoreio de pastores (MAPI) em Recife, PE (1995-96) e São Luis,
MA (1999-2012).
Plantaram e administraram o
ministério de restauração (REVER) na IBMC, no estado de Maranhão e outros
estados do NE (2000-2012) que continua até hoje. (ministério principal de
Connie).
Plantaram o ministério de
mentoreamento no Seminário Batista de São Luis, MA (2001-2004) que continua até
hoje.
Plantaram o ministério de
Fraternidade dos Corações Valentes na IBMC (2004- 2007) que continua até hoje.
Eles têm três filhos adultos e 6
netos. Wendy, a filha mais velha junto com seu marido Steve Lovell, e quatro
filhos servem no ministério em Moscow, Russia.
Valeria, a filha nascida em Recife,
serve a Deus com seu marido, Marco no Sepal em São Paulo.
Steve, o cacula, mora com sua esposa e duas filhas em Phoenix,
Arizona, EUA.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
EMOCIONANTE TESTEMUNHO DA IRMÃ VERA LÚCIA DOS SANTOS EM 8/6/12
"Obrigada
Senhor! Por mais uma grande benção neste dia.
Agradeço pelas misericórdias e livramentos que tens dado ao meu filho!" Por isso eu Te louvarei Senhor de todo o meu coração e na presença dos deuses a ti cantarei, louvores!!!!!!!!!!”
Hoje o
inimigo tentou fazer com que eu duvidasse da misericórdia de Deus, assim como
ele tentou a Jó, mas só tentou, porque não conseguiu, pois eu entreguei toda a
minha vida nas mãos do Senhor dos exércitos e Ele me livrou do laço do
passarinheiro! E me mostrou que Ele é que está no comando!!!!!!Agradeço pelas misericórdias e livramentos que tens dado ao meu filho!" Por isso eu Te louvarei Senhor de todo o meu coração e na presença dos deuses a ti cantarei, louvores!!!!!!!!!!”
Hooooooooooooooooooooooo
glória! Hoje comigo ele foi derrotado e foi lançado lá no inferno onde é o
lugar dele.
A PALAVRA TRINDADE NÃO CONSTA NA BÍBLIA
Imagem: Trabalho artístico de Lúcia Aracheski
"As três pessoas que
compõe o ser único de Deus - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - são chamados
de a Trindade.
A palavra "Trindade"
não aparece na bíblia. Os estudiosos criaram-na para descrever os três seres
que constituem Deus.
Através da bíblia, Deus está
presente como sendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo - não são três
"deuses", mas sim três personas do único Deus (veja, por exemplo,
Mateus 28:19; 1Coríntios 16:23-24; 2 Coríntios 13:13).
As Escrituras apresentam o Pai
como a fonte da criação, o que dá a vida e Deus de todo o universo (veja João
5:26; 1 Coríntios 8:6; Efésios 3:14-15).
O Filho é retratado mais como a
imagem do Deus invisível, a representação exata do seu ser e de sua natureza e
o Messias redentor (veja Filipenses 2:5-6; Colossenses 1:14-16; Hebreus 1:1-3).
O Espírito é Deus agindo, Deus
alcançando as pessoas - influenciando-as, mudando-as internamente, enchendo-as
e guiando-as (veja João 14:26 ; 15:26; Gálatas 4:6; Efésios 2:18).
Todos os três formam uma
trindade, vivendo dentro do outro e trabalhando juntos para cumprir seu plano
divino para o universo (veja João 16:13-15).
A divindade de Cristo é
confirmada nas mais antigas pregações cristã, sob os termos “Senhor e Cristo”
(At 2.36, cf 4.12; 5.31; 10.36 etc.); e a mais antiga epistola de Paulo já
concentrou esta fé no significativo título “o Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1.1,3;
5.23,28). A mais característica expressão, dada a esta crença, é a designação
“Filho de Deus” aplicada a Cristo, não somente pela Sua missão divina (Mc 1.11
cf Sl 2.7), mas também pela Sua divina natureza, envolvendo as verdades da Sua
preexistência e encarnação. E é digno de nota que o único exemplo daquele
título, no livro dos Atos, acha-se em conexão com a primeira pregação do
convertido Saulo de Tarso (At 9.20). O sentido é messiânico (cf. o seu
equivalente termo no Vers. 22, “o Cristo”). A visão, que Saulo teve na estrada
de Damasco, tinha-o convencido de que Jesus, o Messias, era uma pessoa divina.
E por isso a expressão “Filho de Deus” alcançou, para ele, uma nova
significação.
Logo nos primeiros dos seus
escritos aparece, sem ser coisa imposta, a natural linguagem de um fato
admitido (1Ts 1.10; Gl 1.16; 2.20; 4.4,6; 1 Co 1.9; 15.28; 2 Co 1.19; Rm
1.3,4,9; 5.10; 8.3,29,32; Ef 4.13). Em nenhuma parte S. Paulo apresenta uma
doutrina especifica acerca da pessoa de Cristo, mas as citadas passagens
(especialmente Rm 8.3; Gl 4.4; 1 Co 15.28, e também 1 Co 8.6; 2 Co 4.4; 8.9; Fp
2.6 a 11; Cl 1.13 a 19), claramente mostram que, para ele, “era Cristo um Ser
verdadeiramente único, que, antes de vir ao mundo, partilhava da divina
natureza e glória, e que depois, na Sua sublime ressurreição, foi simplesmente
ocupar, de um modo maravilhoso, a dignidade que corresponde à Sua essência e
direitos inerentes.
E não se torna necessária uma
circunstanciada prova de que esta maneira de ver, a respeito de Cristo, foi
aceita e desenvolvida pelos outros escritores do Novo Testamento” O próprio
tema do autor da epistola aos Hebreus é a necessária finalidade de uma
revelação pelo “Filho de Deus” (Hb 1.1 a 4, e passim); o prólogo ao evangelho
de João, com a sua proclamação do “Verbo” feito carne, e a mensagem de Deus aos
homens por meio do “unigênito do Pai”, prepara-nos para a elevada Cristologia
de todo o evangelho e da primeira epístola.
Sem referência a quaisquer
contestadas passagens, pode de um modo decisivo mostrar-se que Jesus possuía a
qualidade divina para os escritores do Novo Testamento Eles conservavam
fortemente o monoteísmo da religião hebraica: para eles havia “um só Deus” (Rm
3.30; 1 Co 8.6; Gl 3.20; Ef 4.6; 1Tm 2.5; Tg 2. 19); mas também havia “um só
Senhor” (1 Co 8.6; Ef 4.5) de tal modo essencialmente relacionado com Deus, em
tudo o que se refere aos homens, que a bênção apostólica toma naturalmente a
forma dual: “a todos os amados... Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do
Senhor Jesus Cristo” (Rm 1.7; 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3; Ef 1.2; Fp 1.2; 1 Ts
1.l;2Ts 1.2; 1 Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; Fm 3).
Além disso, a história da
Igreja cristã tem o seu principio no dia de Pentecostes, com o derramamento do
Espírito Santo, “a promessa do Pai”, anunciada por Jesus (At 1.4; 2.33; Lc
24.19).
Não é nosso propósito
pormenorizar aqui o ensino do Novo Testamento a respeito do Espírito. Falando,
porém, no sentido lato, a operação de Deus no mundo, para santificar e
fortalecer os homens, é atribuída ao Espírito; ora o Espírito é Deus, operando
no mundo.
Dois pontos necessitam de
especial menção:
(1) Nas passagens que acabamos
de citar, o dom do Espírito está em intima conexão com a elevação de Cristo.
Foi em virtude de Jesus ter passado pela morte para o Seu lugar á mão direita
de Deus, que ao homem é possível uma vida divina, cheia de energias do
Espírito. É isto confirmado pela doutrina do quarto evangelho; “o Espírito até
esse momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado (Jo
7.39); “Mas eu vos digo a verdade:
Convém-vos que eu vá, porque se
eu não for, o Consolador não virá para vós outros [O Paracleto, isto é, o
advogado, auxiliador ]; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (16.7; cf
14.16,26; 15.26). Isto é apenas outra ilustração do que já se disse com respeito
á deificação de Jesus, tendo-se mostrado que a expressão “Espírito de Deus”
pode ser trocada por qualquer destas “Espírito de Jesus”, “Espírito de Cristo”,
“Espírito de Jesus Cristo” (At 16.7; Em 8.9; Fp 1.19), e que em 1 Jo 2.1, o
próprio Jesus Cristo é o “Paracleto”.
(2) Ao lado da doutrina pela
qual o Espírito parece identificar-se com a operação de Deus, ou de Cristo na
Sua exaltação, achamos uma concepção que distingue do Pai e do Filho o Espírito
Santo. Esta idéia está encerrada nas passagens já apontadas, e acha
desenvolvimento nos ensinos de Paulo; se não é isso numa consistente doutrina,
é-o pelo menos numa quase personificação do Espírito. A Sua operação na alma
dos crentes é um trabalho pessoal (1 Co 2.13; 12.11; Rm 8.9, 14, 16. 26). Ele é
igualado com Deus o Pai, e com Cristo, o Senhor (1 Co 12.4 a 6; Ef 4.4 a 6). A
habitual bênção dual, que já citamos, não completa a concepção de Paulo com
respeito à Divindade; uma vez somente ele dá inteira expressão a sua fé com a
triplicada fórmula, hoje tão familiar, ‘A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Co 13.13;
cf. a fórmula batismal de Mt 28.19).
São, pois, estes os dados para
a doutrina da Trindade: o reconhecimento de um só Deus, sendo feita, contudo, a
distinção, dentro da Divindade, entre Pai, Filho, e Espírito."
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