Cantar
sem Deus, talvez.
Caminhar
fragilmente nesse corpo sem vida,Ser um milhão nesta cidade desabitada,
E sendo apenas eu, ir acordando o amor e a angústia,
E da inquietação vinda e multiplicada,
Arrancar uma colcheia sem força
Sobre as paisagens inúteis.
Saber a ópera do conhecimento
Alcançar a pureza do Dó # perfeito,
Cristalizar os encantos
E voos de uma Callas.
Mas nada poder, nada...
Senão ir e vir pelo silêncio.
Solfejo pelas manhãs e pelas tardes,
E pelas noites desvaneço.
Sinto-me vazia no olhar dos que amo,
E os que me amam me fazem pequena.
As lágrimas são verdades, os estremecimentos,
Os tédios longos,
As caminhadas infinitas no eco da eterna voz que me abriga,
E no entanto,
Todo essa voz aprisionada,
Escrava de fruições efêmeras,
Será para sempre assim...!
(Christiane
Lopes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário