A palavra grega bá·pti·sma refere-se ao processo de imersão, incluindo a submersão e a emersão; deriva do verbo bá·pto, que significa “mergulhar”. (Jo 13:26) Na Bíblia, “batizar” é o mesmo que “imergir”. Em ilustração disto, The Holy Bible, An Improved Edition (A Bíblia Sagrada, Edição Aprimorada), traduz Romanos 6:3, 4 como segue: “Ou, sois ignorantes de que todos nós, que fomos batizados (imersos) em Cristo Jesus, fomos batizados (imersos) em sua morte? Por conseguinte, fomos sepultados junto com ele mediante nosso batismo (imersão) em sua morte.” A Septuaginta grega usa uma forma da mesma palavra para “mergulhar”, em Êxodo 12:22 e Levítico 4:6. Quando alguém é imerso em água, é temporariamente “sepultado”, ficando fora da vista, e então é erguido.
Nenhum Batismo de Bebês. Visto
que ‘ouvir a palavra’, ‘abraçar de coração a palavra’ e ‘arrepender-se’ precede
ao batismo em água (At 2:14, 22, 38, 41), e que o batismo exige que a pessoa
faça uma decisão solene, torna-se evidente que a pessoa precisa pelo menos ter
idade suficiente para poder ouvir, crer e fazer tal decisão. Alguns apresentam
um argumento a favor do batismo de bebês. Citam os casos em que ‘famílias’ ou
‘casas’ foram batizadas, tais como os da casa de Cornélio, de Lídia, do
carcereiro filipense, de Crispo e de Estéfanas. (At 10:48; 11:14; 16:15, 32-34;
18:8; 1Co 1:16) Eles acham que isto implica também no batismo de bebês naquelas
famílias. Mas, no caso de Cornélio, os batizados eram aqueles que haviam ouvido
a palavra e recebido o Espírito Santo, e falaram em línguas e glorificaram a
Deus; essas coisas não se podiam aplicar a bebês. (At 10:44-46) Lídia era
“adoradora de Deus, e o Senhor abriu-lhe amplamente o coração para prestar
atenção às coisas faladas por Paulo”. (At 16:14) O carcereiro filipense tinha
de ‘crer no Senhor Jesus’, e isto subentende que os outros da sua família
também tinham de crer para ser batizados. (At 16:31-34) “Crispo, o presidente
da sinagoga, tornou-se crente no Senhor, e assim também todos os de sua
família.” (At 18:8) Tudo isto demonstra que, associado com o batismo, havia
coisas tais como ouvir, crer e glorificar a Deus, algo que bebês não podem
fazer. Em Samaria, quando ouviram e creram nas “boas novas do reino de Deus e
do nome de Jesus Cristo, passaram a ser batizados”. O registro bíblico
especifica aqui que os batizados não eram bebês, mas ‘homens e mulheres’. — At
8:12.
A declaração feita pelo apóstolo Paulo aos
coríntios, de que filhos eram “santos” em razão de um genitor crente, não
constitui prova de bebês serem batizados; antes, dá a entender o contrário.
Crianças pequenas demais para terem a capacidade de tomar tal decisão,
passariam a estar sob uma forma de mérito por terem um genitor (ou genitora)
crente, não por um chamado batismo sacramental, que transmitisse mérito
independente. Se bebês pudessem corretamente ser batizados, não seria preciso
aplicar a eles o mérito do genitor crente. — 1Co 7:14.
É verdade que Jesus disse: “Parai de
impedi-las [as criancinhas] de vir a mim, pois o reino dos céus pertence a
tais.” (Mt 19:13-15; Mr 10:13-16) Mas não foram batizadas. Jesus abençoou-as, e
não há nada para indicar que impor-lhes ele as mãos fosse uma cerimônia
religiosa. Ele mostrou adicionalmente que o motivo de ‘o reino de Deus
pertencer a tais’ não era serem batizadas, mas serem dóceis e confiantes.
Ordena-se aos cristãos ser “pequeninos quanto à maldade”, mas “plenamente
desenvolvidos na capacidade de entendimento”. — Mt 18:4; Lu 18:16, 17; 1Co 14:20.
O historiador religioso Augusto Neander
escreveu sobre os cristãos do primeiro século: “A prática do batismo de bebês era
desconhecida neste período. ... Que foi só num período bem posterior (pelo
menos certamente não anterior) a Irineu [c. 140-203 EC] que surgiu um
vestígio do batismo de bebês, e o fato de que passou a ser reconhecido como
tradição apostólica só no terceiro século é mais evidência contra do que
a favor de se admitir a sua origem apostólica”. —History of
the Planting and Training of the Christian
Church by the Apostles (História do Estabelecimento
e do Treinamento da Igreja Cristã Pelos Apóstolos), 1864, p.162.
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