sexta-feira, 1 de junho de 2012

RESTAURAÇÃO DA ALMA



MINHA RESTAURAÇÃO DA ALMA
Há nela percepção aguçada
do ser humano.
E humano sentimento palpita
no coração de Deus
o autor do amor e da vida.
...
Mas vejo o amor zombar da dor
que nos acompanha
do nascer ao morrer.
Preciso acreditar
que Deus não zomba de nós.
Preciso desconectar o meu querer
de morrer agora.
Preciso ativar o querer
de suportar o sofrer agora -
mas não quero sofrer
não quero a dor.
Quero a vida
colorida e sorridente
sonora e vibrante
me encarando de frente
pronta para abraços
calorosos e afetuosos.
Quero acolher a esperança
que acenou para nós
(ontem e hoje desfizeram-se nós
que atavam vidas).
O sofrimento não precisa
impor-se agora.
Mas sofrer de preocupação
é um jeito
de não se deixar levar pela ilusão...
é um jeito
de se manter o pé no chão.
Porque dor sempre haverá
do nascer ao morrer
aqui ela está (e sempre estará?)
Quero que a dor suma
não sou fã do sofrimento
não quero a alegria em minhas mãos
como espuma que se esvai pelo cano.
Quero uns dias de bonança
uns dias eternos e plenos
quero viver sem a dor...
essa coisa feia.

Quero dançar
no ritmo da esperança -
ela sorri para mim há milênios
mas há milênios ela me tapeia.

Lúcia Helena Aracheski - maio 2012

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS


 

Lúcia helena Aracheski, ex Testemunha de Jeová, do núcleo ervinense, em seu facebook: "...é católico?...é Evangélico?...é Testemunha de Jeová?....apóstolo Paulo disse:"que importa? Uma vez que cristo, de qualquer modo está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isso me regozijo, sim, me regozijarei" - (Filipenses 1:18)... Se deus nos convida a consertar uma história passada, como responderemos?...a vida é feita de escolhas..."

A INTENÇÃO DESTE BLOG


O profeta Habacuque se colocou como aquele que aguarda as orientações de Deus e sua ação para então complementar suas conclusões... a intenção deste blog, ainda que timidamente, é servir de posto do sentinela, onde aguardaremos para ver o que o SENHOR nos dirá (Hc 2.1).

Neste tempo denominado por alguns de 'pós'; nos lançamos, sem lenço nem documento, nesta empreitada de ousar expressarmos o nosso pensar, meditar e refletir quanto à vida cristã. (Adaptado de ICHTUS - Pr. Klaus Peter Friese)

PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO - SOLI DEO GLORIA


Em uma de minhas leituras deparei-me com o seguinte texto de C.S.Lewis: quando eu aprender a amar a Deus mais do que as coisas terrenas que me são mais preciosas, eu acabarei amando as coisas que me são mais preciosas do que agora. Mas se eu me acostumo a amar as coisas que me são mais preciosas em detrimento de Deus e em vez de Deus, estarei me aproximando do ponto em que não estarei mais amando coisa nenhuma. Quando as coisas primárias são postas em primeiro lugar, as coisas secundárias, não são suprimidas, mas promovidas. Automaticamente fui remetido para as palavras do sermão do monte, registradas em Mateus 6.33: Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhe serão acrescentadas. a expressão essas coisas a que se refere Jesus estão nos versos acima: o que comer, o que vestir e o que beber! (6.31-32) O que me parece algo de beleza espiritual para nosso crescimento, me leva a questionar a minha confiança em Deus quando desejo me garantir materialmente para poder "adorá-lo" mais tranquilamente. Neste sentido, eu, e imagino que muitos irmãos e irmãs também, geralmente gastamos grande parte de nossa existência com as coisas secundárias pelo medo de as perdermos se começarmos a nos importar com as primárias (Reino de Deus e Sua Justiça); assim, corremos atrás do primeiro vídeo, mensagem, livro, testemunho que ressalta o secundário em detrimento do primário, e não percebemos que isso apenas está fazendo com que sejamos iludidos, ao pensar que estamos alegrando ao Pai. As sábias palavras de Lewis nos dizem que não temos o que temer; as sábias palavras de Jesus também! na verdade a questão é o que Jesus ensinou, e não a conclusão de Lewis, porém, na sua conclusão aprendemos com ele que não temos o que temer quanto à providência de Deus, temos sim é que temer a nossa carnalidade e mundanismo latentes quando as coisas secundárias assumem o primeiro lugar e conseguimos 'biblicamente' justificar isso. Anseio, que na jornada cristã, eu encontre irmãos e irmãs dispostos a assumirem o convite de seguimento à Jesus nos quesitos: negar a si mesmo e tomar a cruz dia a dia; procurar com interesse crescer na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. Descobrindo em cada vitória e em cada fracasso que o secundário é importante, porém, só me fará bem se eu estiver com ele onde deve estar: na segunda posição! (Soli Deo Gloria) (Klaus Peter Friese)

A VERDADE DÓI!


Na Bíblia temos a Palavra de Deus, isto é, a Palavra inspirada por Deus, soprada pelo Espírito Santo de maneira sobrenatural e inexplicável, porém, exatamente o que deveríamos receber como verdade (plena) de Deus para nós! No entanto esta verdade de Deus dói! Porque entre outras coisas também nos adverte:
Rm 3.23 - todos somos pecadores
Sl 14. 1-3 - ninguém faz o bem, ninguém é justo
Is 64.6 - nossa justiça diante da justiça de Deus é trapo de imundície
Rm 8.26 - não sabemos orar
Is 40. 6-8 - nossa vida é breve
Enfim, mesmo assim vigiamos os pecados alheios com maior afinco do que os nossos; mesmo assim, achamos que nossa justiça pode ser comparada a de outros, esquecendo do 'todos'; mesmo assim, medimos o tempo de oração, com ênfase no tom de voz e declarações geralmentevazias e muitas vezes sem sentido como o 'saber orar', enquanto Paulo admite que precisamos do Espírito intercedendo por nós; mesmo assim, pensamos que seremos eternos nesta terra, e queremos usufruir o máximo possível sem que tenhamos que nos importar com os demais que estão a milhares de quilômetros de distância... Enfim, a verdade que declaramos crer pode ser uma irrealidade e acabamos caindo na armadilha de auto traição. É preciso buscar a sobriedade de uma fé que só conhece a embriaguez do Espírito (Ef 5.8) e foge da mediocridade de uma moda que professa um "D(d)eus" que não é soberano; um ser humano que não tem pecado e um Cristo que já pode ignorar a cruz...Mas afinal de contas, com Pilatos muitos ainda nos perguntam: o que é a verdade? Jo 18.38
(Klaus Peter Friese)

IMAGENS NA ADORAÇÃO


Imagens

Definição: Usualmente, representações visíveis de pessoas ou coisas. Uma imagem que é objeto de adoração é um ídolo. Os que realizam atos de adoração diante de imagens amiúde dizem que tal adoração se dirige realmente ao espírito que é representado pela imagem. Tal uso de imagens é costumeiro em muitas religiões não-cristãs. Concernente à prática católica-romana, a New Catholic Encyclopedia (1967, Vol. VII, p. 372) diz: “Visto que a adoração prestada a uma imagem atinge a pessoa representada e nela termina, o mesmo tipo de adoração devida à pessoa pode ser prestada à imagem como representando a pessoa.” Não é ensinamento bíblico.

Que diz a Palavra de Deus sobre fazer imagens que são usadas como objetos de adoração?

Êxo. 20:4, 5, MC:Não farás para ti imagens esculpidas, nem qualquer imagem do que existe no alto dos céus, ou do que existe embaixo, na terra, ou do que existe nas águas, por baixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto [“não as adorarás, nem lhes darás culto”, Fi], porque eu, o Senhor, teu Deus, sou um Deus cioso.” (Grifo acrescentado.) (Note que a proibição era de fazer imagens e prostrar-se diante delas.)

Lev. 26:1, BJ: “Não fareis ídolos, não levantareis imagem ou estela [“coluna sagrada”, NM] e não colocareis na vossa terra pedras trabalhadas para vos inclinardes diante delas, pois eu sou Iahweh vosso Deus.” (Nunca se deveria erigir uma imagem diante da qual as pessoas se inclinassem.)

2 Cor. 6:16, BJ: “Que há de comum entre o templo de Deus e os ídolos? Ora, nós é que somos o templo do Deus vivo.”

1 João 5:21, BJ: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos [“ídolos”, So, PIB; “falsos deuses”, NTI].”

É permissível usar imagens simplesmente como ajuda na adoração do verdadeiro Deus?

João 4:23, 24, BJ: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade; pois tais são os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade.” (Os que dependem das imagens como ajuda na devoção não estão adorando a Deus “em espírito”, mas dependem daquilo que podem ver com seus olhos físicos.)

2 Cor. 5:7, BJ: “Caminhamos pela fé e não pela visão.”

Isa. 40:18, So: “A quem, pois, comparareis vós Deus, ou que imagem fareis dele?”

Atos 17:29, BJ: “Se somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, à prata, ou à pedra, esculpida pela arte e pelo engenho do homem.”

Isa. 42:8, BJ: “Eu sou Iahweh; este é o meu nome! Não cederei a outrem a minha glória, nem a minha honra aos ídolos [“coisas esculpidas”, Dy].”

Devemos venerar os “santos” como intercessores junto a Deus, usando talvez imagens deles como ajuda em prestarmos adoração?

Atos 10:25, 26, JB: “No momento em que Pedro chegou, Cornélio veio a seu encontro e, caindo-lhe aos pés, prostrou-se. Pedro, porém, o reergueu, dizendo: ‘Levanta-te. Eu também sou apenas um homem.’” (Visto que Pedro não aprovou tal adoração quando estava presente em pessoa, será que nos incentivaria a nos ajoelhar diante de sua imagem? Veja também Revelação [Apocalipse]  19:10.)

João 14:6, 14, BJ: “Diz-lhe Jesus: ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim.’ ‘Se me pedirdes algo em meu nome, eu o farei.’” (Jesus diz aqui claramente que só podemos chegar ao Pai por intermédio dele e que nossos pedidos devem ser feitos em nome de Jesus.)

1 Tim. 2:5, BJ: “Há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens um homem, Cristo Jesus.” (Não há margem aqui para outros desempenharem o papel de mediador para os membros da congregação de Cristo.)

Veja também as páginas 350, 351, sob o tópico “Santos”.

Será que os adoradores têm em mente principalmente a pessoa representada pela imagem, ou são algumas imagens consideradas superiores a outras?

A atitude dos adoradores é um fator importante a considerar. Por quê? Porque a diferença fundamental entre uma “imagem” e um “ídolo” é o uso que se faz da imagem.

Na mente do adorador, será que uma imagem de uma pessoa tem mais valor ou importância do que outra imagem da mesma pessoa? Se assim for, é a imagem, e não a pessoa, que o adorador tem primariamente em mente. Por que fazem as pessoas longas peregrinações para prestar culto em certos santuários? Não é à própria imagem que atribuem poderes “milagrosos”? Por exemplo, na obra Les Trois Notre-Dame de la Cathédrale de Chartres, do cônego Yves Delaporte, informa-se-nos o seguinte a respeito de imagens de Maria na catedral de Chartres, França: “Estas imagens, esculpidas, pintadas ou que aparecem nos vitrais, não são de fama igual. . . . Apenas três delas são objeto de verdadeira adoração: A Nossa Senhora da Cripta, a Nossa Senhora do Pilar e a Nossa Senhora da ‘Belle Verrière’.” Mas se os adoradores tivessem em mente em primeiro lugar, não a imagem, mas a pessoa, uma imagem seria considerada tão boa quanto outra, não é verdade?

Como considera Deus as imagens que são objetos de adoração?

Jer. 10:14, 15, BJ: “Todo ourives se envergonha dos ídolos, porque o que ele fundiu é mentira, não há sopro neles! São vaidade, obra ridícula.”

Isa. 44:13-19, BJ: “O carpinteiro estende o cordel, esboça a imagem com o giz, trabalha-a com a plaina e desenha com o compasso, dá-lhe a forma humana, a beleza de um ser humano, a fim de que habite uma casa. Cortou cedros, escolheu um terebinto e um carvalho, permitindo que crescessem vigorosos entre as árvores da floresta; plantou um abeto que a chuva fez crescer. Os homens o empregam para queimar; ele mesmo tomou dele para aquecer-se; pôs-lhe fogo e assou pães. Com outra parte fez um deus e o adorou, fabricou um ídolo e se prostrou diante dele. Uma metade ele queimou ao fogo; com ela fez um assado, que come até saciar-se. Aquece-se ao fogo e diz: ‘Que delícia! Aqueci-me e vi a luz.’ Com o resto faz um deus — o seu ídolo —, prostra-se diante dele e o adora e lhe dirige súplicas, dizendo: ‘Salva-me, porque tu és o meu deus.’ Eles nada sabem nem entendem, porque os seus olhos são incapazes de ver e os seus corações não conseguem compreender. Nenhum deles reflete, nenhum deles tem conhecimento ou inteligência para dizer: ‘A metade queimei ao fogo, com ela assei pão sobre a brasa, assei carne e a comi; com o resto fiz uma coisa abominável, e me prostrei diante de um pedaço de lenha!’”

Eze. 14:6, BJ: “Assim diz o Senhor Iahweh: Voltai, desviai-vos dos vossos ídolos imundos [“sórdidos”, NM], desviai os vossos rostos de todas as vossas abominações.”

Eze. 7:20, BJ: “Da beleza dos seus enfeites fizeram um motivo de orgulho. Com eles fizeram as suas imagens abomináveis — objetos detestáveis! Eis por que vou reduzi-las a uma imundície [“lixo”, BV].”

Que sentimentos devemos ter quanto a quaisquer imagens que porventura venerávamos antes?

Deut. 7:25, 26, MC: “Queimarás no fogo as imagens dos seus deuses; não cederás, porém, à tentação de ficar com a prata e o ouro que as cobre porque isso criaria a tua ruína, pois são uma abominação para o Senhor, teu Deus. Não introduzas uma tal abominação na tua casa, porque serias entregue ao anátema: a detestarás [“deves ter completa repugnância dele e absolutamente detestá-lo”, NM].” (Embora o povo de Jeová não esteja autorizado hoje a destruir imagens que pertencem a outros, esta ordem dada aos israelitas provê a norma quanto a como devem ser consideradas quaisquer imagens em sua possessão que porventura tenham venerado. Compare com Atos 19:19.)

1 João 5:21, BJ: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos [“falsos deuses”, NTI].”

Eze. 37:23, MC: “Não se mancharão mais com os seus ídolos . . . eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus.”

Que efeito poderia ter sobre o nosso próprio futuro o uso de imagens na adoração?

Deut. 4:25, 26, BJ: “[Se] vos corromperdes, fazendo uma imagem esculpida qualquer [“ídolos de qualquer forma”, PIB; “alguma figura”, So], praticando o que é mau aos olhos de Iahweh teu Deus, de modo a irritá-lo, eu tomo hoje o céu e a terra como testemunhas contra vós: sereis . . . completamente exterminados.” (O ponto de vista de Deus não mudou. Veja Malaquias 3:5, 6.)

1 Cor. 10:14, 20, Fi: “Pelo que, meus caríssimos, fugi da idolatria. . . . As coisas que sacrificam os gentios, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E eu não quero que tenhais sociedade com os demônios.”

Rev. 21:8, BJ: “Quanto aos covardes, . . . aos infiéis, aos corruptos, aos assassinos, aos impudicos, aos mágicos, aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua porção se encontra no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte [nota ao pé da pág., “a morte eterna”].”

Sal. 115:4-8, BJ (segunda numeração de versículos; PIB): “Os ídolos deles são prata e ouro, obras de mãos humanas: têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não tocam; têm pés, mas não andam; não há um murmúrio em sua garganta. Os que os fazem ficam como eles, todos aqueles que neles confiam.”

ADÃO E EVA - ALEGORIA?

Definição: Adão foi a primeira criatura humana. O termo hebraico ’a·dhám é também traduzido corretamente por “homem”, “homem terreno” e “humanidade”. Eva, a primeira mulher, era esposa de Adão.
Eram Adão e Eva meramente pessoas alegóricas (fictícias)?
É ilógico crer que todos nós descendemos dos mesmos primeiros pais?
“A ciência corrobora hoje o que a maioria das grandes religiões há muito vem pregando: Os seres humanos de todas as raças são . . . descendentes do mesmo primeiro homem.” — Heredity in Humans (Filadélfia e Nova Iorque, 1972) de Amram Scheinfeld, p. 238.
“A história bíblica de Adão e Eva, pai e mãe de toda a raça humana, já contou há séculos a mesma verdade que a ciência está demonstrando atualmente: que todos os povos da terra são uma única família e têm origem comum.” — The Races of Mankind (Nova Iorque, 1978), de Ruth Benedict e Gene Weltfish, p. 3.
Atos 17:26: “[Deus] fez de um só homem toda nação dos homens, para morarem sobre a superfície inteira da terra.”
Apresenta a Bíblia a Adão simplesmente como personagem alegórico que representa toda a humanidade primitiva?
Judas 14: “O sétimo homem na linhagem de Adão, Enoque, profetizou.” (Enoque não era o sétimo na linhagem de toda a humanidade primitiva.)
Luc. 3:23-38: “O próprio Jesus, ao principiar a sua obra, tinha cerca de trinta anos de idade, sendo . . . filho de Davi . . . filho de Abraão . . . filho de Adão.” (Davi e Abraão são bem conhecidos como pessoas históricas. Assim sendo, não é lógico concluir que Adão era uma pessoa real?)
Gên. 5:3: “Adão viveu cento e trinta anos. Tornou-se então pai dum filho à sua semelhança, à sua imagem, e chamou-o pelo nome de Sete.” (Sete certamente não foi gerado por todos os homens primitivos, tampouco todos os homens primitivos geraram filhos à idade de 130 anos.)
Será que a declaração de que uma serpente falou com Eva faz com que forçosamente a narrativa seja alegórica?
Gên. 3:1-4: “Ora, a serpente mostrava ser a mais cautelosa de todos os animais selváticos do campo, que Jeová Deus havia feito. Assim, ela começou a dizer à mulher: ‘É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?’ A isso a mulher disse à serpente: ‘. . . Deus disse: “Não deveis comer dele, não, nem deveis tocar nele, para que não morrais.”’ A isso a serpente disse à mulher: ‘Positivamente não morrereis.’”
João 8:44: “[Jesus disse:] O Diabo . . . é mentiroso e o pai da mentira.” (Portanto, o Diabo foi o originador da primeira mentira, falada no Éden. Ele usou a serpente como porta-voz visível. A narrativa de Gênesis não usa personagens fictícios para ensinar uma lição. Veja também Revelação 12:9.)
Ilustração: Não é fora do comum um ventríloquo fazer parecer que sua voz procede de outra fonte. Compare com Números 22:26-31, que conta que Jeová fez com que a jumenta de Balaão falasse.
Se o “primeiro homem, Adão”, foi simplesmente alegórico, o que dizer do “último Adão”, Jesus Cristo?
1 Cor. 15:45, 47: “Até mesmo está escrito assim: ‘O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente.’ O último Adão tornou-se espírito vivificante. O primeiro homem é da terra e feito de pó; o segundo homem é do céu.” (Assim, negar que Adão foi uma pessoa real que pecou contra Deus implica em dúvida sobre a identidade de Jesus Cristo. Tal contestação leva à rejeição da razão pela qual foi preciso Jesus dar a sua vida pela humanidade. A rejeição disso significa repudiar a fé cristã.)
Como é que o próprio Jesus considerou a narrativa de Gênesis?
Mat. 19:4, 5: “[Jesus] disse: ‘Não lestes [em Gênesis 1:27; 2:24] que aquele que os criou [Adão e Eva] desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: “Por esta razão deixará o homem seu pai e sua mãe, e se apegará à sua esposa, e os dois serão uma só carne”?’” (Visto que Jesus acreditava na narrativa de Gênesis como sendo um fato, não devemos nós também crer?)

HÁ ALGUÉM QUE TE RESPONDA?


Jó 5:1 – “Chama agora: há alguém que te responda? E para qual dos santos te virarás?”


Do céu se despreende uma elegia desesperada.
A face maravilhosa de Deus vem do muito fundo da noite
Fala-me do mistério do amor translúcido.
Do fundo da carne o sonho rompe uma ferida,
Espinho - carne
Um grito desorientado rasga-me o peito.
Fecharam-me as portas;
Da vida só tive a lividez da imobilidade da lua,
A plenitude dos fluxos loucos da imaginação humana,
Na angústia das planícies a visão consoladora da ausência Dele.

Tive horas em que o medo poderia ser para sempre
Desespero cujo crime soava cruel  -
Sufocava aquele desejo de liberdade que queimava
Corpo aprisionado em pecados que se vestiam de ausências cruas.

Sem três – deuses Mistério
Dor prolongada loucamente em transe,
Aquela fúria pálida da fatalidade do destino
Onde a morte encontra a desintegração da vida.
Bem sei que poderia morrer imediata e silenciosamente
Sem céu
Escutando de algum lugar o choro delicado do meio da vida.
Sem esperança
Sem Cristo
Mas alguma coisa em mim me chamava
E eu fui por aquela janela.

Perdi o equilíbrio da luz na liberdade alheia,
Aceitei melancolicamente a doçura da fuga eterna.
À sombra dos gestos sem contentamento
Falei do grande afeto que ficou no azul,
Cristalizei lágrimas no transbordamento das carícias,
Arranquei os véus da alma na fascinação das promessas.
Fui feliz em um repouso quieto, em um pulsar cálido,
Na paixão de tudo nos ermos da noite,
No falar sobre a antiga mágoa suspensa na distância que a vida criou.

Fria de vida na impossibilidade da multidimensão,
Na perspectiva sem fim do mediato do mistério,
Na tortura plástica do espaço vazio...

... Jogo-me na certeza da estrada percorrida
No plasma múltiplo da angústia sonora,
Capaz de todas as buscas...

...Te reencontrarei delicadamente...

(Christiane M. Lopes)

MEDITAÇÕES - NOVA JERUSALÉM



Sob este céu, como uma visão poética,
As estrelas são pensamentos que transcendem todos os símbolos.
Essa noite desconhecida é uma lembrança,
Uma Jerusalém velha dourada de astros,
Sons perdidos em pedras silenciosas para o tempo...


Toda essa evocação perdida,
Um pressentimento de eternidade,
Um apelo a toda essa cidade esquecida...
Procura incessante pelo infinito.


Desperta o dia nesse entorpecimento.
Um filtro de lágrimas desce sobre as flores,
Beija os meus olhos,
Pousa em um crisólito noturno
E afasta o encantamento...

Tento lembrar outras cidades abandonadas
Como se a hora evocasse a memória
144 mil gestos
Revivem o que não aconteceu.


Navego nessa fantasia sobre mares de jaspe,
Vivo em castelos de vidro límpido
Ouvindo a vibração de toda sorte de pedra preciosa
Nessa imensa transparência matutina.


Sinto a serenidade desse amanhecer,
Vivencio esse instante doloroso de paz em mim mesma,
Entrego-me ao carinho que me seca os olhos...


E deixo que as muralhas me envolvam eternamente,
Em doze muralhas fragrantes,

Glória e honra que escapa aos meus sentidos...

Christiane M. Lopes

UM DEUS TORCEDOR


(...) É comum nós cairmos no erro de acharmos que tudo o que gostamos é o que faz parte do gosto de Deus. Seja na música, na comida, na bebida, na vestimenta, na maneira de investir o dinheiro, no consumo, e assim a lista segue. No entanto devemos sempre lembrar que o interesse do Pai não está naquilo que fazemos; mas sim, em primeiro lugar, na intenção de nosso coração, pois dele procedem todas as nossas ações, e por coração, entenda-se o EU, a persona que pensa e age a partir deste pensar. Não esquecendo que, não pensar é de certa forma o pensamento de que não é preciso considerar a vontade de Deus em detrimento da minha. Já houve quem disse que "nós fazemos Deus à nossa imagem e semelhança quando tudo o que gosto Ele aprova, e tudo que odeio, Ele também odeia". Portanto, (...) o que Ele busca é verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade; dedicando-se com o mesmo esmero de um atleta, na jornada radical que é a vida cristã genuína. (Klaus Peter Friese)

OS NOMES DIVINOS

COMO É FÁCIL ESQUECER


Foram várias as reclamações do povo escolhido no deserto após a libertação do Egito (Livro de Êxodo); e chegaram ao ponto de produzirem para si um deus que lhes fosse mais 'administrável'; pois YHWH estava lento demais em Sua reunião com Moisés... Fico meditando, 'cá com meus botões', se não sou assim também... Pois percebo que facilmente esqueço do cuidado que Deus tem por mim em todo tempo, e preciso que Ele prove o Seu poder para que possa crer nEle; preciso que faça sinais miraculosos para que possa encher o peito de orgulho e dizer: 'este é o Meu 'deus''. Na verdade, ainda percebo que Deus continua sendo o mesmo Senhor de Abraão, Isaque, Jacó e do povo de Israel; e como novo 'Israel - Igreja' de Deus, tenho tentado aprender que em essência o ser humano não deseja Deus, ele deseja o transcendente, e o confundimos (o transcendente) com Deus, que nas palavras de Karl Barth é: o totalmente outro. Por isso, estou fugindo de todo e qualquer esquema psicológico que tenta me dar maior satisfação do que a que Deus, e só Ele pode me conceder através de Seu agir pelo Espírito em minha vida. O que está sendo dificil é achar companheiros de viagem, mas eu sei que eles existem, e creio que se não encontrá-los aqui, certamente serei surpreendido quando encontrá-los na Glória!
(Klaus Peter Friese)

A INCOMUNICABILIDADE DIVINA


O mundo espiritual é perversamente silencioso. Olho para os santos nos lugares celestiais e eles me devolvem o olhar, inertes. Os anjos dão suas gargalhadas, acredito, mas essas não ecoam no lado de cá. Existe um tecido entretecido negro que nos separa do mundo angelical, dos seus burburinhos, de suas festas; que nos separa do divino! Aqui ele é mudo, perversamente mudo. Tento entoar a música clássica, mas me vejo fazendo solfejo morto, para mim mesma, numa espécie de arremedo ridículo do que sou. Com extrair de mim mesmo o silêncio contrito extraordinário? Não, não há solução. Olho para todos por quem Jesus morreu e eles me olham parados. Como estabelecer conexão com a incomunicabilidade de Deus? Minha fé é grosseira. Meu corpo ainda é testemunha: com o tédio mais dilacerado do mundo, chamo por Deus numa língua inútil. (Chris divagando - madrugada fria!)
(Christiane M. Lopes)

INCONSTANTE, MAS SEGUINDO ADIANTE


numa busca constante me descubro inconstante!
me descubro acordando irritado com o mundo e com a vida
até que o Pai me surpreende com o sol especial do outono que me informa que a vida é para ser vivida!
me descubro certo em fazer algo que de certo não tem absolutamente nada; afinal de contas,
que certeza podemos ter a não ser aquelas que o Pai imprime pela fé em meu coração?
numa busca de ser constante, me descubro perdendo oportunidades que a inconstância
me dá: de ser maleável, tratável... misericordioso!
na lida da vida não quero mais ficar tão certo sobre tudo;
quero mais é ter dúvidas, medos, incertezas e seguir pela vida inconstante, mas com
a certeza do cuidado constante do Pai pelos seus!

seguir adiante, esta é a única constância que quero ter...
se tiver que mudar de opinião, mudarei!
se tiver que pedir perdão, pedirei!
se tiver que reavaliar minha ação, reavaliarei
se tiver que pedir ajuda, pedirei
se tiver que dizer que não sei, direi

apenas não quero me enganar pensando que:
já sei...
não preciso mudar
não preciso pedir perdão
não preciso reavaliar
não preciso pedir ajuda
não preciso saber mais... afinal de contas, já sei!
sou constante...

Miserável homem quem sou... Mas graças a Cristo
Jesus que com grande poder com que me salvou, assim
também me amou e continua a me amar!

enfim, posso ser inconstante sim... mas sigo adiante
debaixo da bênção do Pai!
 
(ICHTUS, Klaus P. Friese)

PROFESSORA DE YOGA ACEITA A EXISTÊNCIA DE JESUS


Nestes últimos 3 meses, a irmã Chris do núcleo Ervino esteve evangelizando (tentando) uma professora de yoga. Em primeira instância, não havia nenhum acordo sequer sobre a possibilidade do cristianismo ser verdade em sua vida. Deve-se estar ciente de que a filosofia hindu é muito complexa e não se harmoniza com a lógica normal. A Chris achou útil ter os seguintes pontos em mente: (1) O hinduísmo ensina que o deus Brama é constituído de três formas — Brama, o Criador, Vixenu, o Preservador, e Shiva, o Destruidor. Mas os hindus não têm o conceito de um deus pessoal com uma existência individual. (2) Os hindus acreditam que todos os objetos naturais possuem uma alma que nunca morre, que a alma passa por, a bem dizer, um interminável ciclo de reencarnações, que as formas em que renasce são determinadas por obras (Karma), que é possível a pessoa livrar-se dessa “roda interminável” unicamente extinguindo todo o desejo físico, e que, se se conseguir isso, a alma será absorvida no espírito universal. (3) De modo geral, os hindus respeitam as outras religiões. Os hindus acreditam que todas as religiões, apesar do fato de ensinarem doutrinas contraditórias, conduzem à mesma verdade. Em vez de tentar lutar com as complexidades da filosofia hindu, a Chris apresentou as verdades satisfatórias que se encontram na Bíblia Sagrada. As provisões amorosas de vida, feitas por Jesus, estão à disposição de toda sorte de pessoas, e as verdades claras da sua Palavra atingirão o coração dos que têm fome e sede de justiça. Só a Bíblia fornece uma verdadeiramente bem fundada esperança quanto ao futuro; só a Bíblia dá respostas realmente satisfatórias às importantes perguntas com as quais toda a humanidade se defronta. É de interesse notar que o hino hindu Rig Veda 10. 121 é intitulado “Ao Deus Desconhecido”. Achei apropriado mencionar isso, assim como o apóstolo Paulo fez referência ao altar em Atenas “A um Deus Desconhecido”. (Atos 17:22,23) É curioso que o nome do deus hindu, Vixenu, sem o digama, é Ix-nu, que em caldeu significa “o homem Noé”. Mostrei o que a Bíblia diz sobre o significado do Dilúvio global dos dias de Noé. Nesta etapa de nossos diálogos, por obra e força do Espírito, o nome do Senhor foi invocado pela própria professora de yoga e passamos para a segunda fase da evangelização que é o esclarecimento sobre a reencarnação.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

CONDUZINDO O REBANHO

 

Quem coordena a equipe de trabalho desta nossa igreja abençoada conduzindo o rebanho com esmero é o Pastor Klaus Peter Friese. Formado Bacharel em Teologia pela Faculdade Telógica Sulamericana - Licenciatura em Filosofia pela Newton Paiva - Pós Graduado em Liderança e Pastoreio Pela Faculdade Teológica Batista do Paraná - Assessor Familiar pelo Eirene e Faculdade Luterana de Teologia... mas o mais importante: servo e filho de Deus pela graça, poder e misericórdia do bom Mestre! Foim ordenado ao ministério pastoral em Dezembro de 2004 na Igreja Batista Pedras Vivas em Joinville e é Pastor Titular da IBI desde Fevereiro de 2005. Casado com Adriana e Pai de Davi, Ana e William...

NÚCLEO ERVINENSE DA IBI


O núcleo ervinense é representado por Christiane Lopes e Lúcia Aracheski – irmãs recém convertidas que saíram da seita das Testemunhas de Jeová para  a prática do evangelismo esclarecido na IBI. Cada uma delas tem um testemunho e uma história de vida. A comunidade religiosa conhecida por Testemunhas de Jeová assume-se como  uma religião cristã não-cristã-trinitária. Adoram exclusivamente a  Jeová e consideram-se seguidores de Jesus Cristo. Crêem que sua religião é a restauração do verdadeiro cristianismo, mas rejeitam a classificação de serem fundamentalistas no sentido em que o termo é comumente usado. Afirmam basear todas as suas práticas e doutrinas no conteúdo da Bíblia. As Testemunhas de Jeová são bem conhecidas por sua regularidade e persistência na obra de evangelização de casa em casa e nas ruas. Possuem alguns dos maiores parques gráficos do mundo visando a impressão e distribuição de centenas de milhões de exemplares da Bíblia e de publicações baseadas nela. São considerados por alguns teólogos e sociólogos de propagandistas cristãos, de um novo culto cristão, de uma seita cristã influenciada pelo judaísmo ou de fanáticos que rejeitam tratamento médico. Contudo, muito pouco do que se fala sobre as Testemunhas de Jeová é verdade. Estaremos fazemos isso adequadamente em tópico separado.

SUA VERSÃO JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA - ANTIGA?


A primeira Bíblia em português uma história de perseverança
“AQUELE que perseverar será bem-sucedido.” Esse lema aparece na página de rosto de um panfleto religioso do século 17, escrito por João Ferreira de Almeida. É difícil imaginar uma descrição mais apropriada de um homem que dedicou sua vida à tradução e publicação da Bíblia em português. Almeida nasceu em 1628 em Torre de Tavares, um povoado no norte de Portugal. Órfão desde criança, foi criado na capital portuguesa, Lisboa, por um tio que era membro de uma ordem religiosa. Segundo a tradição, Almeida recebeu uma excelente educação quando se preparava para o sacerdócio. Isso o ajudou a desenvolver desde jovem uma excepcional habilidade para idiomas. No entanto, seria pouco provável que Almeida usasse essa aptidão para traduzir a Bíblia se permanecesse em Portugal. Enquanto as partes norte e central da Europa recebiam grandes quantidades de Bíblias no idioma do povo em resultado da Reforma, Portugal permanecia sob forte influência da Inquisição católica. Simplesmente possuir uma Bíblia no idioma comum poderia levar a pessoa a um tribunal da inquisição. É possível que o desejo de se libertar desse ambiente repressivo tenha levado Almeida a se mudar para a Holanda, no início da adolescência. Logo depois, quando tinha apenas 14 anos, ele embarcou em uma viagem para a Ásia, via Batávia (agora Jacarta), Indonésia, na época o centro administrativo da Companhia Holandesa das Índias Orientais no Sudeste da Ásia.
Um tradutor adolescente
Na última etapa da sua viagem para a Ásia, algo decisivo aconteceu na vida de Almeida. Viajando de navio entre Batávia e Malaca, na Malásia ocidental, ele recebeu um folheto protestante em espanhol intitulado Diferencias de la Cristiandad (Diferenças da Cristandade). Além de atacar doutrinas falsas, o panfleto fazia uma afirmação que impressionou muito o jovem Almeida: ‘O uso de uma língua desconhecida na igreja, mesmo que seja para a glória de Deus, não tem valor para os ouvintes que não a compreendem.’ — 1 Coríntios 14:9. Para Almeida, a conclusão era óbvia: o segredo para desmascarar os erros religiosos era tornar a Bíblia compreensível a todos. Assim que chegou a Malaca, ele se converteu à Igreja Reformada Holandesa e começou imediatamente a traduzir trechos dos Evangelhos, do espanhol para o português, distribuindo-os entre “os que mostravam desejo sincero de saber a verdade”. Dois anos depois, Almeida estava preparado para um projeto mais ambicioso — uma tradução completa das Escrituras Gregas Cristãs a partir da Vulgata latina. Ele a concluiu em menos de um ano, um grande feito para um jovem de 16 anos! Corajosamente, ele enviou uma cópia da sua tradução ao governador-geral holandês em Batávia para ser publicada. Pelo que parece, a Igreja Reformada em Batávia encaminhou seu manuscrito para Amsterdã, mas o idoso ministro a quem essa cópia foi entregue morreu e o trabalho de Almeida desapareceu. Quando lhe pediram para fazer uma cópia da sua tradução para a congregação reformada no Ceilão (agora Sri Lanka) em 1651, Almeida descobriu que o original tinha desaparecido dos arquivos da igreja. Sem se deixar abater, ele de alguma maneira encontrou uma cópia — talvez um rascunho anterior — e, no ano seguinte, completou uma versão revisada dos Evangelhos e do livro de Atos. O consistório em Batávia recompensou-o com 30 florins. “Era um valor insignificante diante do enorme trabalho”, escreveu um dos seus colegas. Apesar dessa falta de reconhecimento, Almeida continuou o seu trabalho e providenciou a revisão do Novo Testamento completo em 1654. Mais uma vez surgiu a possibilidade de publicar seu trabalho, mas nada de concreto foi feito além da preparação de poucas cópias escritas à mão para uso em algumas igrejas.
 
Condenado pela Inquisição
Durante a década seguinte, Almeida dedicou-se ao trabalho pastoral e missionário da Igreja Reformada. Ele foi ordenado em 1656 e serviu primeiro no Ceilão, onde por pouco não foi esmagado por um elefante, e depois na Índia como um dos primeiros missionários protestantes a visitar aquele país. Almeida era um protestante convertido a serviço de um país estrangeiro, por isso, nas comunidades de língua portuguesa que visitou, muitos o viam como apóstata e traidor. Por ter condenado de forma direta a corrupção moral entre o clero e ter exposto a doutrina da Igreja, Almeida também teve confrontos freqüentes com os missionários católicos. Esses conflitos atingiram o clímax em 1661, quando um tribunal da Inquisição em Goa, Índia, sentenciou Almeida à morte por heresia. Na sua ausência, queimaram uma efígie dele. Logo depois, talvez alarmado com o estilo argumentativo de Almeida, o governador-geral da Holanda chamou-o de volta a Batávia. Embora fosse um missionário zeloso, Almeida nunca perdeu de vista a necessidade de haver uma Bíblia em português. Realmente, os resultados do analfabetismo bíblico — bastante evidente tanto entre o clero como entre os leigos — apenas aumentavam sua determinação. No prefácio de um folheto religioso datado de 1668, Almeida declara aos seus leitores: ‘Espero . . . em breve vos honrar com a Bíblia toda em vossa língua materna, a maior dádiva e o mais precioso tesouro que alguém jamais vos terá dado.’
Almeida versus a comissão de revisão
Em 1676, Almeida apresentou seu rascunho final do Novo Testamento ao consistório da igreja, em Batávia, para revisão. Desde o começo as relações entre tradutor e revisores eram tensas. O biógrafo J. L. Swellengrebel explica que os colegas de língua holandesa talvez tivessem dificuldade de entender algumas diferenças sutis de significado e estilo. Havia também controvérsia quanto a que tipo de linguagem seria usada. Deveriam usar o português falado localmente ou um português mais refinado que muitos achariam difícil de entender? Por último, o zelo de Almeida em ver o trabalho terminado foi uma constante fonte de conflitos. Talvez por causa de disputas ou falta de interesse dos revisores, o andamento do trabalho era muito lento. Quatro anos mais tarde, os revisores ainda estavam discutindo os capítulos iniciais de Lucas. Frustrado com essa demora, Almeida enviou uma cópia do seu manuscrito para a Holanda a fim de ser publicado sem o conhecimento dos revisores. Apesar das tentativas do consistório de impedir a publicação, seu Novo Testamento seguiu para impressão em Amsterdã em 1681, e as primeiras cópias chegaram a Batávia no ano seguinte. Imagine como Almeida ficou desapontado ao descobrir que os revisores na Holanda haviam feito alterações em sua tradução! Por não estarem familiarizados com o português, Almeida notou que eles introduziram “traduções malfeitas e contraditórias que obscureceram o significado do espírito santo”. O governo holandês também não ficou satisfeito e ordenou que toda a edição fosse destruída. Mesmo assim, Almeida convenceu as autoridades a salvar algumas cópias com a condição de que os erros mais sérios fossem corrigidos à mão. Essas cópias seriam usadas até que fosse feita uma outra revisão.Os revisores em Batávia reuniram-se novamente para continuar o trabalho das Escrituras Gregas Cristãs e começaram a preparar os livros das Escrituras Hebraicas à medida que Almeida os terminava. Temendo que a impaciência do tradutor fugisse ao controle, o consistório decidiu manter as páginas seladas da cópia final no cofre da igreja. Não é necessário dizer que Almeida contestou essa decisão. A essa altura, décadas de trabalho árduo e as dificuldades de viver num país de clima tropical haviam prejudicado a saúde de Almeida. Em 1689, por causa da saúde abalada, ele deixou as atividades da igreja para dedicar-se à tradução das Escrituras Hebraicas. Infelizmente ele morreu em 1691 enquanto trabalhava no último capítulo de Ezequiel. A segunda edição do Novo Testamento, concluída pouco antes da sua morte, foi para impressão em 1693. Mais uma vez, parece que o seu trabalho foi corrompido por revisores incompetentes. No seu livro A Bíblia em Portugal, G. L. Santos Ferreira afirma: ‘Os revisores fizeram consideráveis mudanças no excelente trabalho de Almeida, desfigurando e corrompendo a beleza do original que havia escapado aos revisores da primeira edição.’
 
Concluída a Bíblia portuguesa
Com a morte de Almeida, perdeu-se a motivação para revisar e publicar a Bíblia portuguesa na Batávia. Foi a Society for Promoting Christian Knowledge (Sociedade para a Promoção do Conhecimento Cristão), de Londres, que financiou a terceira edição do Novo Testamento de Almeida, em 1711, a pedido dos missionários dinamarqueses que trabalhavam em Tranquebar, sul da Índia. Essa sociedade decidiu estabelecer uma gráfica em Tranquebar. No entanto, em viagem para a Índia, o navio que transportava o material de impressão e uma remessa de Bíblias em português foi capturado por piratas franceses e finalmente abandonado no porto do Rio de Janeiro, Brasil. Santos Ferreira relata: ‘Por alguma razão inexplicável e em circunstâncias que podem ser vistas como milagrosas, as caixas contendo o material de impressão foram encontradas intactas no fundo do porão e continuaram sua viagem no mesmo navio para Tranquebar.’ A versão de Almeida dos livros restantes da Bíblia foi cuidadosamente revisada e publicada pelos missionários dinamarqueses. O volume final em português foi publicado em 1751, quase 110 anos depois que Almeida iniciou sua carreira como tradutor da Bíblia.
Um legado duradouro
Desde a adolescência, Almeida viu a necessidade de uma Bíblia em português para que as pessoas comuns pudessem entender a verdade em seu próprio idioma. Ele se apegou com firmeza a esse objetivo durante toda a sua vida, apesar da oposição da Igreja Católica, da indiferença dos seus colegas, dos problemas aparentemente intermináveis de revisão e da sua saúde em declínio. Sua perseverança foi recompensada. Muitas das comunidades de língua portuguesa onde Almeida pregou entraram em declínio e desapareceram, mas a sua Bíblia permanece. Durante o século 19, a British and Foreign Bible Society (Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira) e a American Bible Society (Sociedade Bíblica Americana) distribuíram milhares de exemplares da versão de Almeida em Portugal e nas cidades litorâneas do Brasil. O resultado é que Bíblias que usaram como base esse texto original estão até hoje entre as mais populares e distribuídas nos países de língua portuguesa. Sem dúvida alguma, muitos têm uma dívida de gratidão para com os primeiros tradutores da Bíblia, como Almeida. Mas nós devemos agradecer mais ainda a Deus comunicador, “cuja vontade é que toda sorte de homens sejam salvos e venham a ter um conhecimento exato da verdade”. (1 Timóteo 2:3, 4) O mais importante é que Ele preservou a sua Palavra e a tornou disponível para o nosso benefício. Que sempre tenhamos apreço por esse “mais precioso tesouro” dado por nosso Pai celestial e nos apliquemos ao seu estudo.
 
Na segunda metade do século16, por publicar o Índice dos Livros Proibidos, a Igreja Católica impôs severas restrições ao uso de Bíblias no vernáculo. De acordo com The New Encyclopædia Britannica, essa publicação “praticamente impediu avanços no serviço de tradução dos católicos durante os 200 anos seguintes”.
Edições antigas da Bíblia Almeida se referem a ele como Padre Almeida, levando alguns a crer que ele servia como sacerdote católico. No entanto, os editores holandeses da Bíblia Almeida se enganaram ao usar esse termo, imaginando que fosse o título usado por um pastor ou ministro.
 
O NOME DIVINO
  Um exemplo notável da integridade de Almeida como tradutor é o uso do nome divino como tradução do Tetragrama hebraico.